Depois de 10 dias da morte precoce de Glória Maria, Bruno Astuto, padrinho da filha caçula da repórter da Globo e seu amigo de longa data, publicou uma grande homenagem a ela em sua coluna no Jornal O Globo de domingo (12).
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Mais do que um texto em homenagem à amiga, Bruno relembrou traços da personalidade e dos costumes de Glória, que era também sua madrinha de casamento e com quem dividiu inúmeras viagens pelo mundo.
Entre as memórias de Glória, Bruno confirma o uso de 60 a 80 pílulas por dia. “Eram dicas de pessoas comuns, dos mais de 130 países que ela visitou. Todas naturais, mas, por via das dúvidas, Glória jogava as cápsulas fora e misturava os conteúdos na água. “Elas que fazem mal”, inventou. Jamais houve viagem em que eu não tivesse que buscar as encomendas de “Madame Gloria” numa farmácia alternativa, seja em Seul, seja em Manaus”, conta Bruno.
Ele explica que, diferente do que as pessoas pensavam, Glória tinha uma obsessão pelo bem-estar e não pela juventude e que a amiga nunca nem sentiu o cheiro de Botox. “Ela tinha total desprezo pelo tempo, tanto na contagem dos anos quanto no relógio. Um dia, com a maior cara lavada, justificou seus atrasos históricos assim: “Meu pensamento chega antes do meu corpo”. Todo mundo perdoava, pois Glória Maria simplesmente não chegava, descia do Olimpo”, relembra o jornalista.
E Bruno ainda conta quais era os três maiores medos da jornalista que sempre se arriscou em suas reportagens fantásticas. “A repórter mais corajosa do mundo tinha medo de nadar, dirigir e fantasmas. Mas não da morte, a qual ela desmoralizou centenas de vezes e que deve estar ainda ofendida, pois Glória permanece vivíssima no enorme legado, no coração das pessoas, dentro de mim e de você”, pontua o amigo e compadre.