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Autora do drama sobrenatural Desalma fala sobre a série

Produção original do Globoplay reúne Cássia Kis, Claudia Abreu e grande elenco

Publicado em 17/10/2020

Desalma é a nova série original Globoplay. Com estreia confirmada para a próxima quinta-feira (22) na plataforma, a produção marca a estreia da escritora Ana Paula Maia no universo das séries. Fã de histórias de terror, a premiada autora de livros se lança como roteirista de série numa produção que reúne nomes como Cássia Kis e Claudia Abreu.

“Desalma é um drama sobrenatural, com camadas. É a não aceitação da morte e tem relação com transmigração de almas. Esse tema tem muito a ver com o meu universo. Gosto de terror e sobrenatural desde pequena e tenho uma trajetória com histórias do gênero em toda a minha vida.”, conta Ana Paula.

A premiada escritora de livros, vencedora do Prêmio São Paulo de Literatura, se mudou do Rio de Janeiro para Curitiba há quatro anos, onde começou a identificar os costumes e tradições de outros povos.

“Meu primeiro impacto foi na comida, até que eu comecei a ver os bosques, os parques da cidade, as festas típicas, os vários grupos folclóricos. Achei isso muito impressionante e pensei que o resto do Brasil precisava conhecer o que existe ali”, conta Ana Paula.

Foi em Prudentópolis, cidade do Paraná, que a escritora se aprofundou nas tradições da Ucrânia e se inspirou para a série. “O leste europeu é extremamente místico. Peguei essa atmosfera muito rica culturalmente para uma história com elementos sobrenaturais. A ideia é trazer um costume diferente, que é lindo e está praticamente apagado, e que também faz parte do Brasil”, completa.

Na entrevista abaixo, Ana Paula fala sobre sua carreira e as expectativas para Desalma:

A autora Ana Paula Maia
A autora Ana Paula Maia (Rodolfo Buhrer/divulgação)

Você tem sete livros publicados. É de onde vêm a sua linguagem e o seu interesse por esse tipo de tema?

A grande influência da minha literatura é Sergio Leone, então meus livros têm cara de faroeste, onde os personagens não são pobres coitados. É um universo muito diferente do que fiz para o audiovisual. Desalma não tem absolutamente nada a ver com os livros, é um projeto que tem a ver com as minhas referências de série e cinema.

Quem é o protagonista de Desalma?

Desalma não tem um protagonista, mas uma linha de frente. São basicamente as mães das famílias diretamente envolvidas na tragédia e nos mistérios. As mulheres têm um protagonismo muito grande em Desalma – muito diferente da minha literatura, que fala sobre homem. É a primeira vez que eu escrevo sobre mulheres, a história tem uma relação forte com a maternidade.

De onde veio a ideia de inserir a cultura ucraniana?

Eu moro em Curitiba há quatro anos e foi lá onde comecei a identificar os costumes e tradições de outros povos. Meu primeiro impacto foi na comida, até que comecei a ver os bosques, os parques da cidade, as festas típicas, os vários grupos folclóricos. Comecei a achar isso muito impressionante e pensei que o resto do Brasil precisava conhecer o que existe ali. Então, me aprofundei nessa cultura em Prudentópolis, cidade do interior do Paraná, foi lá que me inspirei para criar Desalma.

A maior comunidade ucraniana fora da Ucrânia é no Brasil. Eles mantêm vivas as festas, as tradições, e quase ninguém sabe nada sobre isso. Além disso, o leste europeu é extremamente místico. Peguei essa atmosfera muito rica culturalmente para uma história com elementos sobrenaturais. A ideia era trazer um costume diferente, que é lindo e está praticamente apagado, e que também faz parte do Brasil.

Como foi o trabalho com o Carlos Manga Jr. e a equipe de produção?

Como eu escrevo sozinha e tenho essa independência criativa, fico encantadíssima quando o projeto vai para a mão de outros profissionais. O Manga é um diretor que tem mão para histórias mais densas, um lugar mais sombrio e estrear nesse gênero com ele é uma alegria muito grande. A gente tem um gosto parecido e as referências semelhantes.

Quando o diretor e o autor transitam no mesmo universo ajuda muito. Fico impressionada com todo o processo, uma coisa que nunca vivi antes, ver o texto tomando forma, se materializando. Poder ver o projeto se tornando algo grandioso, com muitos atores, é algo incrível.

Trama

Em 1988, a morte de uma jovem choca a população de Brígida, pequena cidade do Sul do Brasil. A tradicional festa pagã Ivana Kupala, onde tudo aconteceu, é banida do calendário desde então.

Trinta anos depois, a comunidade de colonização ucraniana decide que está na hora de deixar os traumas para trás e retomar a celebração. Brígida, porém, nunca esteve tão assombrada pelos mistérios do passado quanto agora: em 2018, uma série de acontecimentos estranhos perturba os habitantes, enquanto eles se ocupam dos preparativos. Três mulheres são marcadas por transformações e perdas, e rituais de bruxaria são capazes de reverter até mesmo a morte.

Às vésperas da noite mais escura do ano, quando almas das trevas têm o poder de caminhar sobre o mundo dos vivos, a floresta parece atrair os ingênuos para seu interior frio, de árvores altas, onde eventos sobrenaturais assombram os integrantes das famílias envolvidas na tragédia do passado. Neste suspense sobrenatural, os mistérios se multiplicam até a revelação surpreendente de como todos eles se conectam.

Desalma é uma série original Globoplay, desenvolvida pelos Estúdios Globo, criada e escrita por Ana Paula Maia com direção artística de Carlos Manga Jr. e direção de João Paulo Jabur e Pablo Müller.

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