Escolinha do Professor Raimundo: 28 anos como programa solo na Globo

Publicado em 04/08/2018

Há 28 anos, a Escolinha do Professor Raimundo ganhou status de programa solo na grade da Globo. Até então, ia ao ar como quadro do programa de seu criador, Chico Anysio. Surgiu na Rádio Mayrink Veiga em 1952 e chegou à televisão em 1957, como quadro do programa Noites Cariocas, da TV Rio. Na Globo, fez parte do Chico City, nos anos 1970, e do Chico Anysio Show, na década de 1980.

A estreia foi em 4 de agosto de 1990, um sábado. Conforme o Projeto Memória Globo, na adaptação de quadro para programa, algumas modificações foram feitas na estrutura da atração. Uma delas foi a criação de um trecho do programa anterior à aula, com o Professor Raimundo recebendo pais e responsáveis. O sucesso nas noites de sábado foi tamanho que em 29 de outubro uma versão de 30 minutos estreou de segunda a sexta, às 17h.

Os alunos da Escolinha

Inicialmente eram 20 alunos. Entre eles, Antônio Carlos Pires (Joselino Barbacena), Brandão Filho (Sandoval Quaresma), Castrinho (Geraldo), Cláudia Jimenez (Cacilda), Grande Otelo (Eustáquio) e Lúcio Mauro (Aldemar Vigário). Além deles, Marcos Plonka (Samuel Blaustein), Nizo Neto (Ptolomeu), Orlando Drummond (Seu Peru), Rogério Cardoso (Rolando Lero) e Tássia Camargo (Marina da Glória). Ainda, Walter D’Ávila (Baltazar da Rocha) e Zezé Macedo (Dona Bela).

Alguns personagens eram funcionários da escola, e faziam intervenções periódicas. O diretor (Luiz Delfino), a coordenadora Dona Escolástica (Lupe Gigliotti) e o inspetor Atanagildo (Milton Carneiro) estavam entre estes.

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Novos personagens com o decorrer do tempo

Conforme o decorrer dos anos, outros personagens surgiram. A saber, Nerso da Capitinga (Pedro Bismark) e Zé Bonitinho (Jorge Loredo). Também Salim Muchiba (João Elias) e Catifunda (Zilda Cardoso). Além de Capitu (Cláudia Mauro), João Canabrava (Tom Cavalcante), Bill Bebes (Geraldo Alves) e Nelson Piquete (Antonio Pedro). Nádia Maria viveu Célia Caridosa de Mello, paródia da ministra Zélia Cardoso de Mello, com quem Chico viria a casar-se e ter dois filhos. Francisco Milani era Pedro Pedreira, que contestava fatos históricos e pedia provas. Manuela D’Além Mar (Berta Loran), Mazzarito (Costinha), Gaudêncio (Ivon Curi) e César Macedo (Eugênio) também rendiam risos.

Uma equipe grande que valorizava os veteranos e dava chance aos novos

Ao longo dos anos o programa sempre incorporou novos personagens. Ainda, novidades como a participação de atores mirins substituindo os humoristas adultos. Mais de 40 atores, entre alunos e funcionários da escola, chegaram a ser contratados especialmente para o programa. Numa edição do programa Roda Viva em 1990, Chico Anysio agradeceu à Globo por permitir tamanha equipe. Conquanto o programa pudesse perfeitamente ser feito com a metade.

Quer fossem veteranos, quer fossem revelações, Chico Anysio fazia questão de dar oportunidade a vários nomes do humor no programa. Tanto por ver ídolos seus em situação pouco prestigiosa, quanto por ver talentos jovens igualmente sem oportunidade, na Escolinha sempre houve vez. Daí a equipe ser grande e haver alternâncias dos alunos nas aulas.

O texto final do programa era de Eduardo Sidney e a supervisão de criação, de Chico Anysio. Entre os roteiristas estiveram Mário Tupinambá (que vivia Bertoldo Brecha), Roberto Silveira, Jombatista, Nani, Luís Carlos Góes, Jésus Rocha, Ghiaroni, Elisa Palatnik e José Sampaio, entre outros.

Após seis anos, o retorno

Em 26 de março de 2001, seis anos depois de sair do ar como programa solo, a Escolinha voltou. O horário era quase o mesmo de antes, 17h de segunda a sexta. Anteriormente, já voltara a fazer sucesso como quadro do semanal Zorra Total, que estreou em 1999.

Essa temporada trouxe novos personagens, como Terezuda (Elaine Mickely), que cumpriu a função de assediar o professor – embora no início também houvesse Cacilda -, o enrolador Paulinho Gogó (Maurício Manfrini) e Tati (Heloísa Périssé). A direção, a exemplo da década de 1990, coube a Cininha de Paula.

Infelizmente, às vésperas de completar 50 anos de sua criação no rádio, a Escolinha do Professor Raimundo saiu do ar, em 28 de dezembro de 2001. Com efeito, o programa só seria retomado em especiais do próprio Chico Anysio, como Chico e Amigos (2009). Além de reprises no Canal Viva, a partir de 2010.

A volta, como homenagem

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Em 2015, Bruno Mazzeo estreou à frente de uma nova versão da Escolinha do Professor Raimundo. Tem sido exibida nas tardes de domingo pela Globo – dia e horário em que a original também chegou a ir ao ar. Trata-se acima de tudo de uma grande homenagem a Chico e aos humoristas que compuseram o antigo elenco.

Marcos Caruso (Seu Peru), Marcelo Adnet (Rolando Lero), Otávio Müller (Baltazar da Rocha) e Dani Calabresa (Catifunda) são alguns dos integrantes do programa. Certamente cumpre bem a função de homenagem. Lúcio Mauro Filho revive Aldemar Vigário, personagem de seu pai. Marcius Melhem é o novo Boneco e Fernanda de Freitas, a Capitu. Ainda, Mateus Solano exercita a verve de galã como o novo Zé Bonitinho. Betty Gofman, após viver Zezé Macedo no teatro, é a nova Dona Bela.

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