Com a agenda lotada de compromissos profissionais, a atriz Maria Clara Gueiros, que já está no elenco do humorístico Zorra Total, também integra o elenco da nova temporada do remake da Escolinha do Professor Raimundo, onde interpretará a nerd Dona Cândida, originalmente interpretada pela atriz Stella Freitas. Completando 31 anos de carreira neste ano de 2018, Maria Clara conversou com a nossa equipe e contou sobre os desafios de estar na TV e no teatro ao mesmo tempo.
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Você já fez diversos programas do gênero. Qual a diferença de fazer a Escolinha?
A Escolinha é um prazer. A gente se diverte o tempo todo e parece que ficamos com 6 anos de idade quando gravamos. É realmente diferente, até porque a gente não conhece o texto dos colegas, então é tudo novo. Além de não conhecer o outro texto, todos improvisam bastante, todos têm mil truques. Todos são comediantes maravilhosos, então é uma honra inenarrável.
A sua personagem é uma responsabilidade a mais?
Sim, é. Fazer uma coisa que deu certo, fazer um programa que deu certo e a Stella Freitas que fazia a Dona Cândida, é uma super atriz, super comediante, é sempre uma responsa.
Você acha que é como se fizesse uma personalidade do passado que sabe que sempre existiu?
Sim, a gente está ali com todo o respeito do mundo, que eu tenho certeza que todo mundo tem aqui, a gente está incorporando essas entidades.
O politicamente correto no humor
Exatamente por ser um ambiente, talvez até mais infantil, você acha que aqui é um espaço que o humor não tem a história do politicamente correto?
Eu acho que hoje em dia o politicamente correto entrou no humor. Entrou já na nossa estrutura de comediante, e graças a Deus que a gente só melhora. O mundo só tende a progredir. Não tem como não ser politicamente correto hoje em dia, é um dever do comediante.
Chega algum momento que vocês sugerem mudanças nos textos?
Sim, completamente. A diretora super está aberta a conversas, os autores também, é um espaço bastante democrático.
Como é que estão os seus projetos fora a Escolinha?
Eu estou com um espetáculo em São Paulo, chamado ‘A Invenção do Amor’, no teatro Folha, aos sábados e domingos. E estou gravando o Zorra Total, paralelamente à Escolinha. Eu produzi um musical esse ano, que deve voltar a cartaz, ‘Se o Meu Apartamento Falasse’. Agora dia 19 de julho eu também estreio uma peça com a Heloísa Périssé, que se chama ‘Loloucas’.
Maria Clara Gueiros fala sobre projeto com Heloísa Perissé
Me conta sobre a Heloísa Périssé, que também é outra gênia…
A Heloísa, é uma gênia! Minha amiga há 30 anos e ela tem esse projeto maravilhoso e me chamou. O Loloucas, é uma palestra motivacional, dada por duas senhoras da terceira idade, aquela típica pessoa que vai assistir teatro.
E como é trabalhar no Zorra, Escolinha, teatro e tantos programas de humor ao mesmo tempo? Dá uma confusão na cabeça?
Nenhuma, porque eu trabalho com o humor há 31 anos. Esse ano faço 31 anos de carreira. É uma zona que eu me sinto superconfortável. Eu amo trabalhar e estou com uma rotina bem puxada. A gente faz espetáculo em São Paulo às 22h e 0h de sábado, domingo às 18h da tarde e 20h da noite, venho na ponte aérea às 7h da manhã para gravar o Zorra, às vezes coincide de gravar a Escolinha, depois do Zorra e tem a minha família, minha vida, malho todos os dias, tenho dois filhos e um marido que é bastante presente.
Como é que você está avaliando esse cenário de crise e desemprego no Brasil?
É muito triste, muito preocupante, inclusive essa greve recente dos caminhoneiros. Sobre os caminhoneiros, eu acho que as questões são justas, mas eu tenho a impressão que isso atingiu um nível que extrapolou o início das reivindicações. Parece que se perdeu, virou muito mais um Fora Temer, mais Bolsonaro, mil grupos de várias reclamações que se torna difícil atender todo mundo.
*Entrevista feita pelo jornalista André Romano