Marisa Orth elogia Celeste, sua personagem em Tempo de Amar: “Queria ser ela quando crescer”

Publicado em 03/12/2017

Em Tempo de Amar, Marisa Orth vive um novo desafio ao interpretar Celeste Hermínia: cantar fado. A atriz, que também é cantora bateu um papo com o Observatório da Televisão e falou sobre a personagem, repercussão junto ao público, e sobre sua escola de artes situada no Rio de Janeiro. Confira:

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Estamos vendo você cantar na novela. Como está sendo isso para você?

Essa novela está me dando aulas incrivelmente valiosas para eu melhorar como cantora. Cantar fado é um desafio, acho que nunca poderei me tornar uma cantora de fado, mas consigo interpretar essa mulher que canta fado.

E como é a Celeste?

Costumo dizer que qualquer dia ela vem de capa e sai voando de tão incrível. Forte pra caramba, refez a vida dela, e é muito bacana, zero preconceito, corajosa, sempre do lado da liberdade, e enfrenta um caso de amor ilícito. Queria ser ela quando crescer.

Você está levando para sua vida coisas da Celeste?

Estou sim, que não sou boba. Cada personagem me ensina. Acho chique que a direção entenda que posso fazer uma personagem assim tão bacana, até porque ela é muito mais calma que eu. Ela entende que o conselheiro não pode deixar a mulher dele que está doente, tudo ela compreende? Você já viu mulher assim?

Como está sendo a repercussão do público?

Muito bacana. Em ‘Haja Coração’, a Francesca já era diferente da Magda, e tenho um histórico grande de comédia na TV Globo. Em ‘Haja Coração’ tinha muito drama, mesmo tendo pitadas de humor, o que acho que deixou a casa confiante para me dar esse papel, que é muito dramático, porque além dela cantar fado, tem um tumor. As pessoas me param para dizer duas coisas que adoro, que estou bonita e para a personagem não morrer na trama.

Tem a história da filha também, que não vamos dar spoiler aqui, mas vai ser atrapalhada pela Alzira…

78% do Brasil percebeu e estou entusiasmada de gravar com essa jovem que a novela está revelando, não vou falar o nome para não dizerem que eu que contei. Sou fã dela, ela tem um carisma absurdo, é linda e é boa, segurar um protagonismo e com sucesso. Já vimos grandes atrizes com muita experiência não segurarem essa situação, e ela é danada, uma estrela. Sobre a história, toda vez que temos algum problema na vida falamos que é uma novela, então, é isso, vão ter questões ali. A Celeste é rodeada de gente interessada na prosperidade que ela traz, no dinheiro que ela tem. É isso.”

Você é uma grande mulher que além da sua carreira, tenta ajudar os outros com sua escola Spectaculu. O Jonathan Azevedo que foi o Sabiá em ‘A Força do Querer’, até falou muito bem sobre você e sobre a escola, que ele inclusive fez parte, e sobre a sua importância em ajudar essas pessoas talentos que quase não têm oportunidade…

Sim, pessoas que têm muito pouca oportunidade, são sobreviventes. O caso do Jonhantan é um caso que o resgatamos, e chamo de resgate porque ele não esconde de ninguém, porque estávamos perdendo ele para o tráfico e depois ele acabou a formação dele no ‘Nós do Morro’, que foi uma parceria nossa. Aqui na TV Globo temos um maquiador que aos 21 anos, saiu da nossa escola e já pegou protagonistas para maquiar, aqui na técnica temos mais de 10 alunos egressos. Me sinto feliz pra caramba, e preocupada, porque este ano nossa escola quase fechou, e estamos, Gringo Cardia e eu, procurando parceiros, até mesmo para apadrinhar nossos alunos. São duzentos reais por mês, porque eles também precisam receber, porque senão a gente perde para o sub-emprego, tráfico, prostituição e todo o tipo de crime. Não posso continuar essa entrevista falando palavras beges, então, tenho que dizer que vivemos na guerra, e nossos jovens precisam ser salvos. Todo mundo fica com pena de criança da síria, mas ninguém tem pena de criança brasileira, criança carioca, vítima dessa guerra que vivemos. E os números mostram que tem mais mortos no Rio de Janeiro, do que na Síria, então precisamos de ajuda. Um ano transforma o destino da pessoa para melhor. O Jonathan é demais, fiquei louca para trabalhar com ele.

Como está sendo seu ano 2017 e o que espera para 2018?

Esse ano foi a famosa correria, igual aquele meme da mulher despencando na escada. É assim que me sinto. Foi um ano duro para os brasileiros como todos os anos de tomada de consciência. É horrível o que a gente tem visto, política, economia, saúde, mas sinto o Brasil saindo da infância, para mim, o ano foi bom, a novela foi bacana, consegui passar o primeiro semestre com meu filho, e espero para 2018 menos violência.

Marisa, você é uma atriz de composição. Qual a importância do figurino para você?

Total, ainda mais novela de época. Eu adoro. Teatro você pode ficar 2 meses ensaiando com trapinho, tem tempo de montar na sua mente, novela não. Cabelo e maquiagem também, porque me ajuda demais. Todos os técnicos da novela embarcam nessa com a gente por causa de cenário, maquiagem, luz, e isso é muito importante.

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano

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