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Com julgamento de Luzia, Segundo Sol finalmente retoma sua trama principal

Publicado em 29/08/2018

Nesta semana, Segundo Sol entra em momentos decisivos. A trama de João Emanuel Carneiro se aproxima do capítulo 100, fase em que o autor costuma promover reviravoltas em suas obras. Neste momento, os principais núcleos da novela preparam o terreno para a mudança de rota. E, com isso, os protagonistas Beto Falcão (Emílio Dantas) e Luzia (Giovanna Antonelli) finalmente retornam ao centro do enredo.

Apagados por tramas paralelas muito mais interessantes que seu romance, Beto e Luzia reassumem o protagonismo de Segundo Sol. Com um novo julgamento da “marisqueira”, a mocinha deve finalmente se livrar da acusação de ter matado seu marido. Em contrapartida, Beto se verá obrigado a revelar a todos a farsa de sua morte. O cantor, para inocentar Luzia, assumirá publicamente que não morreu no acidente de avião que abriu a história da novela.

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A revelação da falsa morte de Beto Falcão pode finalmente dar um rumo ao mocinho da novela. A trama, que parecia vigorosa e encontrava ecos na vida real, foi murchando no decorrer de Segundo Sol. Beto tornou-se um coadjuvante de luxo, servindo como escada para boa parte das cenas cômicas (ou pretensamente cômicas) envolvendo a família Falcão. Em casa, era constantemente passado para trás por Karola (Deborah Secco). Passivo, assistiu de camarote todos os acontecimentos da história até aqui. Além disso, o fato de ele circular livremente pelas ruas, sem absolutamente ninguém reconhecê-lo, colaborou bastante com a falta de vigor de sua história.

Enquanto isso, Rosa, Laureta e Roberval dominaram Segundo Sol

Neste contexto, Beto Falcão mostrou que era um protagonista enfraquecido. O que, justiça seja feita, já era esperado. João Emanuel Carneiro sempre declarou que era Luzia quem guiaria a história. Sua busca pela família destruída seria o fio condutor da trama. Neste caso, Beto é seu par romântico. Figura importante, mas não essencial. O que chamou a atenção é que Luzia também perdeu força no decorrer de Segundo Sol. Personagens como Rosa (Letícia Colin), Laureta (Adriana Esteves) e Roberval (Fabrício Boliveira) acabaram tomando Segundo Sol para eles.

Assim, pela primeira vez, João Emanuel Carneiro assina uma obra cujas tramas paralelas têm mais vigor que a história principal. A Favorita, Avenida Brasil e A Regra do Jogo tinham como características tramas principais fortes, e tramas paralelas frágeis e desnecessárias. No entanto, o parco desempenho de A Regra do Jogo deve ter feito João Emanuel Carneiro rever a estrutura de sua narrativa.

Ou seja, o que se vê nas tramas paralelas de Segundo Sol tem muito mais o DNA do autor que o romance principal. Na prática, João passou a seguir a cartilha de outros novelistas do horário nobre. Muitos preferem apostar num romance açucarado apenas como âncora folhetinesca, mas não como fio condutor de suas histórias. Gilberto Braga fez isso em Insensato Coração e Babilônia, Silvio de Abreu fez isso em Passione e Aguinaldo Silva fez isso em Império, entre outros. Em Segundo Sol, a tática deu certo.

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*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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