Este colunista acompanha a intensa relação entre Palmirinha Onofre e Anderson Clayton, o Guinho, desde o início da briga pública entre os dois, em 2014. Neste domingo (7), dia em que o Brasil perdeu a culinarista mais amada da TV, aos 91 anos, a coluna informa que ela morreu com o coração tranquilo, porque havia se reconciliado com seu fiel escudeiro. Após anos de guerra, a paz finalmente reinou.
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Palmirinha e Anderson se reaproximaram há três anos, enquanto a pandemia distanciava a população mundial. Embora nunca tivessem deixado de amar um ao outro, a apresentadora e o ator, que também foi empresário dela, romperam por desavenças profissionais.
A treta tornou-se pública em um comunicado publicado nos jornais e parou na Justiça, mas Palmirinha optou por um acordo para preservar o neto do coração. Anderson, por sua vez, sempre evitou criticar a “vovó” em público, em respeito aos quase 20 anos de parceria, iniciada na Gazeta, quando ele foi deslocado para manipular o boneco Huguinho (rebatizado para Guinho porque o nome anterior pertence à emissora).
A divertida interação entre Palmirinha e Guinho no TV Culinária virou piada no CQC, da Band, alçando a culinarista e seu “neto” ao status de celebridades. A dupla foi demitida, mas permaneceu na TV paga e em outros projetos, até o rompimento em 2014.
Dois parceiros que levaram alegria a milhões de brasileiros não combinavam com a tristeza e a mágoa. Anderson, espontaneamente e sem alarde, pôs fim à desunião. Palmirinha reencontrou o afeto de Anderson no momento em que mais precisava, durante suas sucessivas internações para tratar infecções urinárias (causa de sua morte neste domingo). A apresentadora ganhou a paz, o perdão e o amor de seu eterno companheiro. A briga deu lugar ao amor.
O ator, que chegou a salvar a vida de Palmirinha, publicou uma carta de despedida exaltando a reconciliação com a “vovó”. Leia abaixo:
“Fiquei em silêncio todos esses anos, e quando me perguntam, espalho nossas histórias, e foram tantas histórias que até mesmo nem imagino como conseguimos chegar até aqui. Vivemos nesses últimos 25 anos muitas conversas, horas e horas de camarim, gargalhadas e lágrimas. Claro… como toda história, alguns momentos tristes surgem, porque sem eles não conseguiríamos mostrar que uma grande história também é feita de desencontros e dor. Mas o amor e respeito sempre prevaleceram. Escrevo esta carta com o coração apertado e cheio de saudades. Ainda não consigo acreditar que este momento chegou.
Agora que tenho que me despedir de você, dói tanto pensar que nunca mais vou gravar com você nossos programas. Mas, mesmo assim, sei que você estará sempre presente em minha vida, em cada receita que guardo comigo que me lembre de você, em nossos vídeos espalhados pela internet, em cada sorriso que me faça recordar dos momentos que passamos juntos. Seguirei firme e forte para manter vivo o nosso querido netinho Guinho, que você pediu para eu mantê-lo sempre vivo por onde eu for. Para sempre minha gratidão. Anderson Clayton Guinho”.
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