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Paola Rodrigues revela desafios para viver piloto no cinema e analisa carreira na TV: “Não faria outro reality”

Ex-Casa dos Artistas, atriz interpreta motociclista Jéssica no filme Tração

Publicado em 02/07/2023

Aniversariante deste domingo (2), Paola Rodrigues está no cinema com um dos papéis mais desafiadores da carreira: Jéssica, piloto de motocross do filme Tração. A atriz, revelada na TV, precisou aprender até a dar partida em uma moto e contou com um instrutor famoso, o colega de elenco Marcos Pasquim, protagonista do longa-metragem.

Em entrevista exclusiva à coluna, Paola Rodrigues revela bastidores das cenas de ação do filme, que vem sendo comparado a megaproduções como Missão Impossível e Velozes e Furiosos. Rodado em 2020, demorou a ser finalizado em razão do cancelamento das provas oficiais de motocross que também aparecem na história.

“Os campeonatos acontecem em estados diferentes e filmamos em várias pistas. Como tudo foi desmarcado porque o mundo parou, esperamos até seis meses para a próxima cena, por isso as gravações se estenderam tanto. Foi uma loucura, porque não podíamos mudar o visual. Como você fica igual por dois anos? Marcos Pasquim e André Ramiro não cabiam mais nas roupas! (risos)”, relembra Paola.

Outro entrave foi a retomada do audiovisual após o controle da pandemia, o que, segundo a atriz, mudou o visual de parte do elenco: “Fiz dois curtas, uma série e um longa, mas coloquei no contrato que não podia mudar a imagem. Mas o Ramiro teve que tirar o cavanhaque e fez uma cena inteira com a mão na cara, como um pensador! E o Pasquim raspou o cabelo para outro longa e precisou gravar com capacete!”.

Marcos Pasquim, Paola Rodrigues e André Ramiro nos bastidores do filme Tração
Marcos Pasquim, Paola Rodrigues e André Ramiro nos bastidores do filme Tração

Treinos e acidentes

Perrengue maior, no entanto, passou a equipe com os personagens principais de Tração: as motos. Paola treinou exaustivamente para interpretar uma motociclista experiente.

“Foi como aprender a dirigir e soltar a embreagem. No começo, você fica muito aflita. O Pasquim, que entende tudo de moto, me ajudou muito. Eu saía com a moto e parava, saía e parava. Repeti umas 90 vezes! Ele não me deixava andar, só saía e parava até pegar a manha de soltar a embreagem sem aquele arranque”, conta a atriz.

No início, os próprios atores pilotavam as motos, mas dois episódios forçaram a equipe a acionar dublês: uma queda de André Ramiro e um grave acidente com o cineasta André Luís.

“O diretor bateu a cabeça na guia, quebrou a clavícula e foi direto para o hospital. Estávamos amando, mas moto é uma coisa muito séria, uma queda simples pode quebrar nosso pé ou nosso braço, e como faz para gravar sem alguém do elenco? Em algumas cenas de perigo, tivemos dublês por ideia do produtor de elenco: ‘Não quero mais ator em cima da moto!’. Foi chato, mas eles tinham toda razão. Quando vi no cinema agradeci: ‘Abençoado o produtor que boicotou!’ (risos)”, diz Paola.

Paola Rodrigues em Casa dos Artistas: Protagonistas de Novela (2004)
Paola Rodrigues em Casa dos Artistas: Protagonistas de Novela (2004)

Cinema e volta à TV

Poderosa e determinada, Jéssica é o exemplo de personagem que Paola Rodrigues busca no audiovisual. Ela admite que já recusou trabalhos que exploravam a sensualidade. Recentemente, a atriz concluiu as filmagens de um filme e uma série em que interpretou duas policiais.

“Ainda sexualizam as mulheres, mas quando comecei era mais comum. Era a época da Banheira do Gugu! Comecei a negar trabalhos, alguns grandes, porque estava me cansando daquilo. Investi muito nos estudos. Queria realmente mudar. Eu me formei como cineasta e comecei a ter outro olhar para produção e direção, o que me ajudou a escolher. As policiais que interpretei vieram provar, e a gente não precisava, que nós, mulheres, somos sim capazes tanto quanto os homens”, comenta.

Na última sexta-feira, Paola Rodrigues voltou ao SBT, onde começou na televisão, e divulgou o filme Tração no The Noite. Ex-assistente de palco do Passa ou Repassa, ganhou notoriedade na quarta Casa dos Artistas, intitulada Protagonistas de Novela. Na emissora, ainda participou de A Praça É Nossa, mas estreou em novelas apenas em 2017, na Globo, em Tempo de Amar.

Em alta no cinema (conquistou o prêmio de melhor atriz no Rome International Movie Awards, em 2022), Paola não pensa em se aventurar na TV como fez em 2004, ao topar ser confinada em um reality show.

“Recebi vários convites, mas neguei todos. Infelizmente, os realities são muito apelativos no Brasil. Se eu participar, não piso mais em produções respeitadas. É muito apelativo, não vale a pena arriscar. Quem participa está desesperado para voltar para a mídia, e eu não sou assim. Vou ficar louca se chegar lá e ver um monte de gente fazendo tudo pelo sucesso. Não faz parte da minha essência participar de um reality show com esse intuito, por isso recusei”, explica.

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