A tragédia no litoral norte de São Paulo, com 48 mortes e mais de 50 pessoas desaparecidas até a tarde desta quarta-feira (22), tem mostrado a face mais humana e a mais perversa do nosso jornalismo. Desde o último domingo (19), o público pôde ver quem estava disposto a informar e ajudar as vítimas e quem apenas quis aproveitar o deslizamento de terra para fazer sensacionalismo.
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Três exemplos resumem o melhor e o pior da cobertura dos deslizamentos de terra na TV. Roberto Kovalick, titular do Hora 1, aproveitou a folga de Carnaval com a família em São Sebastião, mas não pensou duas vezes antes de interromper o descanso e voltar a ser repórter. Com a roupa do corpo e um celular, foi um dos primeiros (senão o primeiro) jornalista a entrevistar vítimas no local do desastre. A presença do apresentador expondo a tragédia acolheu turistas e a população local. Veja abaixo:
Walace Lara, repórter da Globo, emocionou os telespectadores em vídeo que viralizou nas redes sociais. No Bom Dia SP da última terça-feira (21), chorou de revolta com a desumanidade de vendedores que cobravam até R$ 93 por uma água nas áreas atingidas pelas chuvas. Como jornalista de verdade, ele tem lado: o das vítimas. Provou ser possível manter o profissionalismo mesmo sem conseguir conter as lágrimas ao vivo. Veja abaixo:
Desumana também foi a cobertura de José Luiz Datena no Brasil Urgente. Sem qualquer necessidade, o apresentador da Band resolveu viajar até São Sebastião e pisar na terra deslizada. Em vez de informar, fez graça ao perder o equilíbrio e cair na região afetada pelo desmoronamento. “Foi assim que as pessoas morreram”, disse o jornalista. A presença dele soou como desrespeito às famílias das vítimas do desastre. Veja abaixo:
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