Cinthya Rachel vive na Argentina há sete anos, mas nem parece. A atriz e apresentadora trabalha a distância para o público brasileiro, e recentemente voltou à terra natal para gravar um comercial protagonizado por sua personagem mais famosa: Biba. Ela viu “renascer” na TV Cultura o Castelo Rá-Tim-Bum, um dos programas mais importantes da TV brasileira, recriado para um comercial.
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Na publicidade, Biba é adulta, casada e mãe de dois filhos. Ela retorna ao Castelo e reencontra Nino (Cassio Scapin) e Morgana (Rosi Campos), além dos bonecos que habitam o local, como Celeste (Alvaro Petersen), Gato Pintado (Fernando Gomes) e Mau (Enrico Verta).
Em entrevista exclusiva à coluna, Cinthya Rachel admite a emoção com o comercial e a possibilidade de o Castelo continuar com outras crianças, ainda que apenas na propaganda. A atriz também fala da educação de seu filho, Joaquín, que aos quatro anos assistiu à mãe como Biba pela primeira vez e conquistou o público nas redes sociais.
Confira abaixo a entrevista com Cinthya Rachel:
PAULO PACHECO: Cinthya, você retornou ao Brasil após anos vivendo em Buenos Aires. Tirando a parte financeira, porque está protegida em contrato, o que a trouxe de volta? O que a atraiu na campanha publicitária que viralizou na internet?
CINTHYA RACHEL: Já estou há sete anos em Buenos Aires e fazia uns quatro que eu não vinha ao Brasil, também pela pandemia. Eu voltei também pela propaganda, porque acho que o Castelo merece esse revival. Os fãs do Castelo também merece essa homenagem. É um programa muito marcante na infância das pessoas e que a gente nunca fez nada depois da TV. Está rolando muito revival, como Karatê Kid. E voltei também por essa emoção e por achar que o Castelo merece essa homenagem.
PP: Sobre a campanha, tenho mais duas perguntas. A primeira é se você sugeriu parte da história ou se seguiu fielmente o que estava no roteiro. Você aprovou essa passagem de tempo com a Biba adulta e com filhos?
CR: O roteiro já veio pronto e o seguimos fielmente. Houve coisas de improviso, não falamos exatamente o que estava no texto, por exemplo, na cena em que a Biba revê o Nino. Estava escrito que eles se abraçam, só que na hora sentimos que não seria isso o que a Biba e o Nino fariam, por isso surgiu aquele giro, e a gente pulando e gritando, isso surgiu ali na gravação mesmo. Houve essa parte espontânea.
E eu amei Biba com filhos! Essa parte me arrepia muito. A parte em que a Biba apresenta: ‘Nino, essa é a minha família’, eu achei incrível, achei demais! Dá uma sensação de continuidade, de que o Castelo pode continuar com outras crianças. A gente lá, mas com uma nova geração. Achei lindo!
PP A segunda pergunta é sobre voltar à TV Cultura para gravar o comercial. Quais sensações você teve ao pisar no cenário reconstruído e rever o elenco? Cassio Scapin e Rosi Campos, por exemplo, falaram que você não mudou nada!
CR: Voltar à TV Cultura para gravar o comercial foi impressionante, foi incrível, porque foi no mesmo estúdio. Até gravei um vídeo chegando lá e vendo o cenário, uma loucura! Sentimentos voltaram todos. Vi que o Cassio e a Rosi falaram que eu estou igual (risos). Foi muito incrível, veio tudo à tona, parece que a gente tinha gravado ontem. É muito engraçado, pareceu que a gente nunca tinha parado de gravar.
PP: Depois de 28 anos, você ainda é conhecida pela personagem e, agora, fatura com ela. Você já tentou se distanciar deste trabalho? Em que momento você percebeu que isso seria quase impossível e que Biba é eterna?
CR: Eu nunca tentei me distanciar da Biba. Nunca, Porque fez parte da infância das pessoas, então entendo a importância que tem o programa, a personagem que fez parte da infância. Mas, sim, é muito marcante para o bem e para o mal, porque parece que você não fez nada além disso. Mas eu entendo, não fico chateada, magoada, nem nada disso. Mas apaga todos os outros trabalhos. Mas eu entendo o carinho e tenho muito carinho pela Biba, nunca tentei me distanciar dela.
PP: Recentemente, você mostrou no Instagram seu filho, Joaquín, vendo Castelo pela primeira vez. Mais do que apresentar a mamãe adolescente, esse é o tipo de conteúdo que você indicaria para ele? O que há de atual no programa para as crianças de hoje?
CR: Mostrei um capítulo para o Joaquín. Ele já tinha visto fotos, isso sim. Porque o Castelo é para uma criança um pouquinho maior. Ele tem quatro anos. Mas é um conteúdo, eu como mãe vejo que pode colocar para o seu filho assistir tranquilamente. Não estou acompanhando o que tem na programação infantil no Brasil nem na Argentina. Aliás, lá existe um canal chamado Pakapaka, que é como se fosse a TV Cultura, então tem muita programação educativa, é muito legal. Mas no Brasil não estou acompanhando, mas acho que não tem muita coisa hoje.
PP: Em Buenos Aires, você continua trabalhando como atriz, em dublagem e em outras campanhas. Já tentou firmar carreira como artista no país vizinho a ponto de ser tão reconhecida como é no Brasil? Quais são as principais diferenças da produção cultural argentina em relação à nossa?
CR: Nunca tive a pretensão de firmar minha carreira artística lá. Moro lá, mas trabalho para o Brasil. Minhas dublagens são para o Brasil, minhas publis são para o Brasil. Não tem jeito. Mas realmente nunca tive a atenção de me firmar lá como atriz ou apresentadora.
PP: Você voltou ao Brasil para eleição. Para quem te segue, seu voto não é novidade. Mas por que é importante sentir o Brasil novamente, após tanto tempo, nesse momento tão importante para toda a população? Você se sente conectada ao que acontece aqui mesmo morando fora?
CR: Eu me sinto super conectada com o Brasil, mesmo morando fora. Sempre acompanho as notícias. Estamos realmente em um momento muito importante, estou sentindo uma tensão nesse momento de eleição, estou vendo todo mundo falar sobre política, e é muito importante esse momento que a gente está passando. A princípio, a viagem começou com o objetivo de votar. Mesmo podendo votar lá, queria estar aqui nesse momento de decisão.
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