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Cantora, advogada e “parça” de Neymar: conheça Ghabi, nova jurada do Canta Comigo Teen

À coluna, artista analisa mudança de carreira e de nome e comenta amizade com jogador

Publicado em 30/07/2023

Nova jurada do Canta Comigo, reality musical da Record, Ghabi está acostumada a desafios. Formada em direito, a advogada mudou de profissão e realizou o sonho de cantar, dividindo as atenções com a gravidez e os cuidados na pandemia. Estimulada pelos filhos e por amigos como Neymar, ela desponta como uma das revelações do pop brasileiro e se destaca também na TV.

Em entrevista exclusiva à coluna, a artista revela dificuldades como avaliadora no Canta Comigo Teen e analisa sua trajetória, sonhada desde a infância e concretizada em 2020. Espiritualizada, buscou apoio na fé e no misticismo. Consultou um cartomante e um numerólogo para tomar as principais decisões de sua vida: trocar o direito pela arte e, no ano passado, trocar de nome, de Gabi para Ghabi. O batismo alçou sua carreira musical. Nesta semana, ela lançou o single Aulas com o grupo Cortesia da Casa.

Leia abaixo a íntegra da entrevista com a cantora Ghabi, jurada do Canta Comigo Teen:

“Arrepiômetro” no Canta Comigo

“Estreei durante o Canta Comigo de adultos e sou fixa no Teen. Já faço um trabalho de curadoria artística, mas é diferente de julgar uma pessoa na TV. A princípio, eu me sentia péssima por ter que escolher entre uma pessoa e outra. Sou muito coração, uma manteiga derretida, principalmente com crianças. Cada uma que entrava eu via o meu filho, sabe? Como dizer ‘não’? Criei alguns critérios para que fosse mais fácil também para mim, porque realmente é muita pressão da TV, do tempo, da competição. Falo que não estamos julgando cantores, porque todos têm talento, mas avaliamos apresentações. Meu ‘arrepiômetro’ conta muito.

Comecei a tocar piano aos três anos, no Conservatório Brasileiro de Música. Minha família não era rica, era de classe média baixa. Na adolescência, quando fui prestar vestibular, meus pais me chamaram: ‘Gabi, queríamos muito que você encontrasse uma profissão que você conseguisse se sustentar, porque não vamos conseguir’. Música é uma aposta, pode funcionar ou não, e meus pais não tinham condições de bancar. Escolhi o direito e exerci a profissão de advogada durante 11 anos, mas nunca desisti do sonho.

No júri, temos que ser muito cuidadosos com o que vamos falar e a mensagem que vamos passar, porque a pessoa carrega aquele sonho a vida inteira e não conseguiu concretizar por vários nãos que recebeu ou porque precisou trabalhar com outras coisas. As crianças vinham com uma equipe, pareciam lutadores de MMA! Tinham pai, mãe, preparador vocal, psicólogo. Muitas saíam do palco e iam chorar no cantinho. Aquilo me quebrava. Queria abraçá-los. Gritava: ‘Não chora!’, e o diretor: ‘Para de gritar!’. Muitos me adicionaram no Instagram e eu continuo dando força a eles”.

Maternidade

Sem ser parcial, João Pedro é incrível! Meu filho mais velho é fã de k-pop, canta, dança, não tem vergonha do palco! Ele sabe todas as coreografias e é afinado. Claro, precisa ser lapidado antes de entrar na televisão, mas é impressionante, porque é assim desde quando começou a andar e falar. Na pandemia, ele aprendeu a escrever sozinho aos três anos, graças a Anitta e Dua Lipa. Ele queria assistir aos clipes delas e falava no Google: ‘Anitta’. E começou a perceber como se escrevia.

Quem me deu força para seguir na música foi ele. Quando eu tocava piano e cantava em casa, ele me olhava como se eu fosse a Beyoncé (risos)! Como vou ensinar meus filhos a seguirem os sonhos deles se eu não segui o meu? Foi quando resolvi tentar e está dando certo, graças a Deus.

A gestação do Davi foi a maior loucura, porque ele veio sem qualquer planejamento. Descobri que estava grávida no quarto mês, quando me preparava para gravar músicas. ‘Já era’. Pensei em desistir da música e voltar para o escritório ter uma vida mais estável. Sumi do estúdio, foi horrível. Passei meses pensando. Prestes a dar à luz, com uma barriga enorme, meu irmão me ligou: ‘Gabi, quer ir a um cartomante comigo?’. O cara acertou absolutamente tudo da minha vida! ‘Estou vendo outro caminho profissional para você que não é o que você faz hoje. Você faz algo formal, mas estou vendo algo ligado à arte que vai ser o seu caminho na vida. Você não pode desistir, tem que seguir isso’, e eu não tinha falado nada. Naquele momento, liguei para o produtor, marquei estúdio e segui mesmo com nove meses. Davi nasceu três dias depois que terminei de gravar, inclusive cantei uma música para ele”.

De Gabi a Ghabi

“Sou uma pessoa muito espiritualizada. Nasci em uma família espírita e segui por este caminho, me descobrindo dentro de segmentos, porque acho que Deus é plural. Não existe só uma maneira de chegar até Ele. Sobre o nome, vou confessar a você que, quando me falaram a primeira vez, não acreditei, achei balela. Mas depois comecei a sonhar com isso. Sou neta de libaneses, meu avô foi a pessoa com quem tive a maior conexão da minha vida. Na época, sonhei que ele me puxava pela mão e me levava para o palco. Eu não entendia.

Fui a um numerólogo, que falou que eu tinha que mudar o nome para trazer a minha ancestralidade. Meu DNA é de Magreb, no norte da África, e do Oriente Médio. “Tem que colocar um H depois do G”. Avisei minha equipe porque tinha material pronto com o nome anterior. Descobri que Ghabi é exatamente o nome de uma região do Líbano de onde vieram os meus ancestrais! Os números decolaram. Recebi convites. Fiz dois shows na fan fest da Copa do Mundo, em um line-up com Wesley Safadão, Pedro Sampaio e Sorriso Maroto para 8 mil pessoas. Depois, fui convidada para ir ao Catar”.

Neymar

“Conheço Neymar mais ou menos há dez anos, quando ele ainda jogava no Santos. É muito amigo do meu irmão, produtor de eventos [Diogo Fialho, sócio do evento Tardezinha]. Adoro o Neymar! Eu o conheço fora da mídia, em casa. Ele sempre tratou com muito carinho a mim e minha família. É uma pessoa extremamente generosa, deu oportunidades para mim quando estava começando na música. A gente não tem noção do alcance dele. Conheci Calvin Harris e Rihanna, por exemplo, por causa dele. E o que mais me impressiona é que continua muito simples. Ele estaria aqui tranquilamente batendo um prato de arroz com feijão!

Fico triste quando leva ‘pedradas’ da mídia. Na Copa, eu o vi tentando até o final! Vimos a eliminação pessoalmente no Catar. Quando ele fez o gol, gritei: ‘Esse é o meu garoto!’. Tinha uma festa programada, ia ser perfeito. Mas foi do jeito que tinha que ser. Tenho esperança de que a Copa seguinte ele vai trazer. Ele vai estar mais velho, tem que fazer dieta, tem que treinar, mas se Deus quiser ele vai conseguir, porque é o maior sonho dele”.

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