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Após novela bíblica e infantil, atriz vive delegada empoderada na Netflix: “Quer comer o protagonista”

À coluna, Letícia Tomazella fala sobre DNA do Crime, série não-inglesa mais vista da plataforma de streaming

Publicado em 25/11/2023

Série de língua não-inglesa mais vista da Netflix, DNA do Crime conta com um interessante ponto de virada no quarto episódio. Sem dar detalhes para não entregar spoilers, a caça à quadrilha ganha novos contornos com a chegada de Vendramin, delegada interpretada por Letícia Tomazella. Após emendar novelas bíblicas na Record e conquistar crianças no SBT, a atriz “tira o atraso” de papéis adultos contemporâneos no streaming.

Em DNA do Crime, Vendramin é deslocada de Maringá para Foz do Iguaçu para auxiliar no combate ao crime organizado na fronteira com o Paraguai. Destemida, não se contenta com o ar condicionado da sede da Polícia Federal e atua na linha de frente contra os bandidos, participando de operações com arma em punho.

“Ela chega, mata uns caras, comanda operação na rodovia. Para mim foi muito legal a preparação, porque era uma coisa muito nova. Conversei com as policiais, comecei a seguir algumas no Instagram e fiquei fã de uma delegada em São Paulo. Achei incrível a força e a coragem delas. Fiz aula de tiro também. Foi muito intenso, nunca tinha pensado em fazer. Fiquei nervosa no começo, tremia, suava, mas depois me acostumei. No final, já estava corajosa e com boa mira. Aprendi muitas coisas”, conta Letícia Tomazella em entrevista exclusiva à coluna.

Embora tenha sido sua primeira policial na ficção, a atriz reconhece semelhanças com Vendramin, sobretudo no empoderamento e na liberdade sexual que a destacam além do clichê de “delegata”. Feminista, Tomazella comemora o crescimento de personagens com estas características no audiovisual.

“Fiquei feliz por fazer uma mulher forte porque há poucas personagens femininas, além da Maeve [Jinkings, intérprete de Suellen], de poder. A maioria é mãe de um filho ou outra coisa. Eu me identifiquei com a Vendramin mais do que imaginei, porque eu não conhecia o universo policial. Mulher em posição de poder é um tipo que me atrai muito”, analisa.

Letícia Tomazella no lançamento de DNA do Crime
Letícia Tomazella no lançamento de DNA do Crime

Atriz comenta cena de sexo em série da Netflix

Letícia “tirou o atraso” também em relação ao sexo. A atriz voltou a transar na ficção após nove anos, quando deu vida à prostituta Simone em O Negócio, série da HBO. Depois, trabalhou em A Terra Prometida (em que também viveu uma garota de programa, mas sem sexo por ser uma trama bíblica), As Aventuras de Poliana e Gênesis. Em DNA do Crime, Vendramin se relaciona com o protagonista, Benício (Rômulo Braga).

“Até na cena de sexo é ela que propõe, ela que quer comer o Benício! Muda o lugar do cara predador que toma iniciativa. Mulher também sente tesão e gosta de sexo casual. Vamos normalizar a sexualidade da mulher”, conta. Tomazella trabalhou pela primeira vez com uma preparadora íntima, especializada em cenas de sexo, e gostou da novidade.

“A equipe passou confiança, foi muito respeitoso e muito seguro. Não havia preparadores antes, acho que é recente em tudo quanto é lugar. Eu me preparei fisicamente, porque eu queria ficar à vontade com relação à questão estética para me sentir à vontade, mas se eu não quisesse mostrar alguma coisa não precisava, tudo foi acordado”, elogia.

Para quem sente saudade de Letícia em Poliana, a atriz contracena com outros atores da novela em A Megera Domada, clássico de William Shakespeare em cartaz no Teatro UOL, em São Paulo, neste fim de semana. Embora tenha gostado da fama entre as crianças, ela prefere papéis adultos e enxerga Vendramin como o início de uma sequência neste gênero.

Sinceramente, o que eu mais gosto é fazer o contemporâneo adulto. Acho que tem mais a minha praia. Adorei trabalhar com o público infantojuvenil. Foi uma experiência muito afetuosa e gostosa para mim. Mas eu tenho um humor mais ácido, sem filtro. Esse trabalho atual tem mais a ver comigo e com meu momento. Eu era mais nova antes, agora tenho 37 anos e meio, estou mais madura e quero novos desafios”, analisa.

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