Exclusivo

Renovada para segunda temporada, DNA do Crime desgastou Rômulo Braga: “Saí acabado”

À coluna, ator fala sobre o policial Benício, protagonista de série da Netflix

Publicado em 05/12/2023

Presença constante em produções policiais, Rômulo Braga vive pela primeira vez os dois lados da profissão. Após se destacar como o vilão Ramiro de Rota 66, série do Globoplay baseada em livro-reportagem de Caco Barcellos, o ator protagoniza DNA do Crime, atual sucesso da Netflix renovado para segunda temporada, na pele de Benício, integrante da PF que sonha desvendar o assassinato de seu melhor amigo.

À coluna, Rômulo Braga revela que precisou abolir toda a vivência em séries policiais para se aprofundar no drama pessoal de Benício enquanto participa da operação da Polícia Federal na fronteira com o Paraguai. Em Rota 66, por exemplo, seu papel foi responsável pelos crimes cometidos pela “tropa de elite” da polícia de São Paulo investigados por Caco Barcellos (Humberto Carrão).

“[Benício] é completamente diferente [de Ramiro, de Rota 66]. Cortei tudo e fiz o que não sabia. Benício é um personagem muito singular, porque é, sim, comprometido com o ofício, tem uma paixão pelo ofício, mas, ao contrário dos outros policiais que já fiz na vida, tem uma subjetividade muito aparente na dramaturgia, na história da série. Nesse sentido, acho que o Benício, apesar de ser policial, é muito mais um sujeito com as suas questões. Ele usa a farda, mas põe para fora uma alma, uma angústia, uma dor, um drama, uma não-presença no mundo, isso tudo ele vai colocando para fora dentro das investigações”, explica o ator em entrevista exclusiva.

Rômulo Braga em Rota 66 e DNA do Crime
Rômulo Braga em Rota 66 e DNA do Crime

DNA do Crime deixa hematomas em ator

Divorciado e pai ausente, Benício respira trabalho e é alertado sobre os riscos de misturar vida pessoal e trabalho, mas o policial está decidido a provar que a caça aos assaltantes tem relação com o assassinato do agente Santos (Guito), seu grande parceiro. Rômulo Braga defende o comportamento de seu personagem.

“O que ele está fazendo, na minha opinião, talvez seja nada mais do que sua função, mas sabe que o trabalho é extremamente burocrático e que se ele for atender a toda burocracia não vai resolver o caso, então às vezes ele precisa dar uma ‘burlada’ suave, eu diria, para poder fazer a coisa caminhar”, argumenta.

Com filmagens em quase 20 cidades e durante mais de dois meses, DNA do Crime deixou marcas físicas e psicológicas em seu protagonista. Rômulo Braga admite exaustão com o ritmo frenético de gravações, incluindo cenas ousadas de ação, tiroteio e perseguições.

“Imagina um processo desse tamanho, com esse tanto de diárias, com essa intensidade. Era extremamente desgastante fisicamente e psicologicamente. Todo dia era vencer um leão e todo dia sair machucado da briga. Eu saí acabado da série, e quando terminou eu só queria descansar, não queria fazer mais nada, queria desligar a minha cabeça, mas não é assim que funciona o nosso cérebro. A gente termina a série e ela continua, demora, demora até isso tudo dissolver dentro da gente. Mas o que me atraiu para esse trabalho foi justamente a complexidade do personagem”, conta o ator.

Siga o colunista no Twitter e no Instagram.

© 2024 Observatório da TV | Powered by Grupo Observatório
Site parceiro UOL
Publicidade