Foi-se o tempo em que os horários da Band Rio eram praticamente inexistentes, preenchidos por produtos religiosos. A atual administração tem buscado espaços alternativos para aumentar seus conteúdos produzidos no Rio de Janeiro.
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Essa busca vai além de aumentar a produção local. Trata-se de uma estratégia para criar uma identidade com o público carioca, perdida nas últimas décadas. Essa falta de afinidade reflete na audiência da rede nacional em solo fluminense. Frequentemente o Rio registra menos audiência em comparação com São Paulo e outras regiões do país.
Como a cota de espaços locais já está toda ocupada, a filial tem investido em um canal exclusivo carioca no YouTube. Além de reproduzir a grade fluminense, começam a veicular novos conteúdos exclusivos. Estreia Acesso Livre, comandado pela atriz e diretora Bel Kutner.
Mãe de um rapaz autista, ela usará sua experiência para trazer especialistas e pais para discutir o universo das pessoas com deficiência. Os novos episódios serão postados aos domingos, ficando disponíveis no acervo. Eles se juntam aos podcasts “Pretoteca”, “Humanamente” e “Seus Filhos”.
Futebol e Carnaval regionais
A direção também investiu no futebol regional e na transmissão exclusiva da Série Ouro das escolas de samba cariocas. O evento momesco das sextas e sábados, exclusivos da Globo, desde o desfile passado, passaram a ser transmitidos pela Band Rio com a possibilidade de virem a ocupar a grade nacional no próximo Carnaval.
A atual grade regional é preenchida por Gente do Rio, Bom Dia Favela, Os Donos da Bola, Vem Com a Gente e a versão carioca de Brasil Urgente. A última estreia foi de A Voz do Rio com a contratação de Wagner Montes Filho, que se juntou a Amin Kader, também migrante da emissora do Bispo Macedo.
No entanto, o campeão de audiência no Rio, ganhando até das grandes produções nacionais da rede, é frequentemente o Jornal do Rio, exibido às 18h50. Este sucesso é um bom estímulo para a filial investir mais nesse produto que carece de maiores cuidados.
O grupo também se esforça em encaixar produtos nas brechas locais da Rádio BandNews. No entanto, historicamente, deixa abandonada sua rádio local, que oscila entre as nomenclaturas de Guanabara e Bandeirantes, apresentando uma discrepância total em investimentos em comparação com a matriz paulista. Antes, a desculpa era a baixa audiência no espectro AM. Agora, com uma frequência no novo FM estendido, é uma boa oportunidade para expansão do conteúdo local do grupo.