Para a surpresa de muita gente, uma novela pouco badalada, mas que gerou polêmica, será resgatada pela Globo. A Lua Me Disse será disponibilizada na plataforma de streaming da emissora.
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Original de 2005, a trama entrará no catálogo do Globoplay no dia 31 de julho. Escrita por Miguel Falabella e Maria Carmem Barbosa, é marcada por ter um astro no elenco, assim como a fama de politicamente incorreta devido a algumas histórias e personagens.
Astro renomado
Primeiramente, A Lua Me Disse surpreendeu por ter Wagner Moura entre os escalados. O ator estava em alta na época, mas no Cinema, com destaque sobretudo no aclamado filme Carandiru. Além disso, ele chamou atenção como um dos protagonistas da série Sexo Frágil.
Em 2005, Wagner estreou nas novelas como Gustavo Bogari, o mocinho da história, que vivia um embate com a própria mãe, Ester (Zezé Polessa). Além disso, ele disputava o amor da protagonista, Heloísa (Adriana Esteves), com o controverso Tadeu (Marcos Pasquim).
A experiência foi bem sucedida, tanto que o ator estrelou a minissérie JK no ano seguinte. Já em 2007, ainda fez mais uma novela, Paraíso Tropical, sua última experiência no gênero.
A partir daí, Wagner Moura trilhou uma bela carreira nas telonas e também em séries, com destaque para Tropa de Elite, para a série Narcos e também para o filme internacional Elysium; para citar os mais badalados.
Além dele, a novela uniu o casal de sucesso da novela Kubanacan. Adriana Esteves voltava a fazer par com Marcos Pasquim, mas dessa vez seus personagens não ficaram juntos.
Muita polêmica
Em meio a um elenco renomado, A Lua Me Disse é considerada uma novela politicamente incorreta. Antes da estreia da trama, Miguel Falabella afirmou que sua intenção era realmente essa: “Uma comédia urbana que vai cortejar o politicamente incorreto”, destacou.
De fato, o autor cumpriu o que prometeu. A trama tinha uma série de vilões sem filtro, em um texto bem inspirado. A principal era Ester, vivida por Zezé Polessa; mas também chamaram atenção a golpista Leontina (Aracy Balabanian) e os donos da loja Peru do Papo Gordo: Sulanca (Diva Pacheco) e Zé Bisonho (Luiz Guilherme), rivais de outra loja, a Frango com Tudo Dentro.
Com personagens com nomes estranhos e uma série de confusões, a novela gerou polêmica com o tratamento das irmãs Adalgisa (Stella Miranda) e Adail (Bia Nunnes) à empregada Índia (Bumba). A funcionária já era tratada por um nome pejorativo e ouvia os maiores absurdos da dupla. Como não tinha familiaridade com o português, pouco revidava.
Entretanto, as mais lembradas são as também irmãs Jurema (Mary Sheila) e Anastácia (Zezeh Barbosa). Para começar, elas usavam outros nomes: Whitney e Latoya, em homenagem às cantoras internacionais. Alpinistas sociais, as duas eram declaradamente racistas. Faziam rituais para “embranquecer” e falavam barbaridades até para os próprios familiares.
Latoya era a pior das irmãs. Parceira dos donos da Peru do Papo Gordo, ainda se tornou aliada do vilão Tadeu e foi capaz de vender a casa da própria mãe para enriquecer. De fato, essas polêmicas justificam porque a novela nunca foi reprisada. Nas redes sociais, muita gente questionou se tais cenas seriam cortadas no Globoplay, algo sem sentido, pois toda a obra seria descaracterizada.
Em meio a tanta história, A Lua Me Disse chega ao Globoplay e promete atiçar a curiosidade de muitos noveleiros. A trama é pouco badalada, mas na época cumpriu seu papel. Fechou com 33 pontos de média, aumentando dois em relação à antecessora, a esquecida Começar de Novo. Além disso, tem um ótimo elenco, boas reviravoltas e um texto bem inspirado dos autores.