No ar há três semanas, Deus Salve o Rei, a tão badalada novela das 19 horas da Globo, já mostrou que não é exatamente uma Game Of Thrones brasileira. Na verdade, muito longe disso.
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A embalagem de Deus é excelente. A produção é impecável, os figurinos são excelentes, a fotografia muito boa e os efeitos visuais são bem interessantes. Mas tem faltado algo dentro de tudo isso.
A trama principal é comum. Por ora, é um folhetim rasgado, clássico, com elementos medievais. O trio principal, formado por Marina Ruy Barbosa, Rômulo Estrela e Bruna Marquezine, não tem tido espaço para trabalhar.
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Na verdade, o grande defeito na novela é o trabalho de direção, talvez aliado ao texto que não oferece nada demais, comparado ao aparato técnico/visual. Dos três, de fato, Marquezine é a pior. Mas isso é assunto para um outro texto que sairá logo menos.
A melhor trama do folhetim, por enquanto, é a da guerreira Selena, interpretada por Marina Moschen. Nesse núcleo, vemos uma moça que servia o Castelo de Montemor entrando para o treinamento do exército do reino – a primeira mulher do reino.
De primeiro momento, ela é rejeitada, mas vai virar uma espécie de heroína. O texto e a direção tem tratado a história de forma mítica, como de fato ela é, e o preconceito dos homens no local.
Notoriamente, Adjafre tem buscado inspiração em filmes como Mulher Maravilha e na história de Joana D’arc, heroína francesa que chefe militar na chamada Guerra dos Cem Anos no século XV, que foi morta com apenas 19 anos.
A inspiração é correta e a trama é a que mais tem chamado a atenção, mesmo que fique no ar por um período curto na novela. Já Marina Moschen, atriz que vive Selena tem feito um trabalho muito bom por enquanto.
Olhar excelente, interpretação realista e forte, tom muito correto, crescendo nos momentos que precisa crescer. Moschen, entre os nomes novos femininos, é a que chama mais a atenção no momento.
É muito curioso que isso aconteça, já que na teoria, as estrelas Marina Ruy Barbosa e Bruna Marquezine deveriam trazer a novela para si. Não a fazem, muito por conta de uma direção que ainda precisa encontrar o tom, principalmente para Marquezine. Aqui, pelo menos, as “grifes” não parecem funcionar.
Até agora, Moschen tem sido o grande achado de Deus Salve o Rei. Tomara que sua trama ganhe mais força com o decorrer do tempo e Marina mantenha o ótimo nível de atuação. O espectador agradece.