Mais ou menos entre os capítulos 70 e 90 originais da novela O Rei do Gado, em 1996, o protagonista Bruno Mezenga deixa de aparecer, após sofrer um acidente com seu avião particular e chegar até a ser dado como morto. Intérprete do personagem, Antonio Fagundes combinou com o autor, Benedito Ruy Barbosa, um afastamento com a novela no ar, para que pudesse descansar por alguns dias.
Veja também:
Não foi a primeira vez que um ator ou uma atriz com papel muito importante deixou de aparecer por algum tempo numa novela. Vamos relembrar mais alguns casos como o de Antonio Fagundes em O Rei do Gado aqui no Observatório da TV.
Depois de sofrer um infarto, Paulo Autran ficou afastado das gravações da primeira versão de Guerra dos Sexos, em 1983. Durante a ausência do personagem Otávio, que disputava com a prima Charlô (Fernanda Montenegro) o controle dos negócios da família, o autor Silvio de Abreu criou situações na quais Otávio, mesmo ausente, a atormentava. Renata Sorrah, Suely Franco e Regina Duarte apareceram como misteriosas mulheres enviadas por Otávio para esse fim.
Na segunda versão da história (2012-2013), embora Tony Ramos não tenha passado por qualquer problema de saúde, o gancho foi reaproveitado. Dessa vez, no entanto, foram apenas duas mulheres misteriosas, vividas por Júlia Lemmertz e Alessandra Maestrini.
Outra novela de Silvio de Abreu perdeu temporariamente um de seus protagonistas: Deus nos Acuda (1992-1993). Francisco Cuoco interpretava Otto Bismark, um empresário milionário sobre o qual pairava a suspeita de ser um “Barba Azul”, ou seja, de que ele assassinasse suas esposas. Uma crise de úlcera do ator levou-o à necessidade de uma intervenção cirúrgica, que afastou Cuoco das gravações e levou Silvio a ter que reescrever 12 capítulos da obra.
Em Sassaricando (1987-1988), também de Silvio de Abreu, foi Tônia Carrero quem se afastou da novela durante mais de um mês. Sua personagem, a estilista Rebeca Rocha, viaja para a Europa e lá é envolvida numa trama diabólica orquestrada por um inimigo do industrial Aparício Varela (Paulo Autran), Bóris Zaidan (Lorival Pariz).
Ao ressurgir na novela, Tônia viveu uma sósia de Rebeca, que passou a se relacionar com aqueles que conheciam a estilista. Apenas no desfecho da novela se revela que era uma falsa Rebeca, com a volta da verdadeira, que ficou muito tempo refém dos bandidos. A atriz ficou cerca de um mês e meio sem gravar, e durante esse período, no primeiro trimestre de 1988, submeteu-se a uma cirurgia plástica.
E mais uma novela de Silvio de Abreu passou pelo mesmo problema: Belíssima (2005-2006). Bem quando Bia Falcão (Fernanda Montenegro) forja a própria morte e Vitória (Cláudia Abreu) está presa e sofre um atentado, Júlia Assumpção (Glória Pires) fica fora de cena. A atriz gravou as cenas do choque de Júlia ao presenciar o acidente de automóvel que supostamente mata a avó, Bia, e teve que se afastar devido a uma meningite.
Durante quase um mês sem poder contar com Glória em cena, Silvio inventou uma internação para Júlia numa clínica de repouso, o que foi uma mão na roda para o marido dela, André (Marcello Antony), fazer das suas à frente da empresa de peças íntimas da família.
Cláudio Marzo sofreu um acidente de automóvel na época em que interpretava Álvaro Galhardo em Bambolê (1987-1988), novela de Daniel Más atualmente em reprise no Canal Viva. O ator ficou sem gravar entre meados de dezembro de 1987 e meados de janeiro de 1988, e ao voltar aos estúdios ainda fazendo uso de muletas para andar e equilibrar-se, além de serem visíveis algumas cicatrizes.