ANÁLISE

Halo chega ao fim da 1ª temporada reprovada até pelo criador do game

Drama protagonizado por Pablo Schreiber foi alvo de críticas desde a estreia

Publicado em 18/05/2022

Maior aposta e investimento da história do streaming Paramount+, a série Halo chega ao fim da primeira temporada na quinta-feira (19). Embora tenha batido recorde de audiência na plataforma, a atração futurista desagradou uma parcela crucial do público, aquela que é fã dos games nos quais a trama se baseia. Fora isso, a produção foi reprovada até mesmo por um dos criadores da franquia, sucesso no mundo dos jogos eletrônicos.

O grupo Paramount trabalhou durante oito anos para fazer a série Halo, driblando diversas adversidades nos bastidores, principalmente quando o assunto era a parte criativa da história a ser adaptada. Enquanto isso, a empresa abria o cofre para não fazer feio nessa investida pesada na guerra dos streamings.

A conta final da primeira temporada de Halo fechou em US$ 90 milhões (R$ 498 milhões). A fortuna foi quase toda gasta em cenografia, efeitos especiais, direção de arte… E quem assiste à série nota que há mesmo um cuidado na roupagem da produção. O problema está na estrutura e liberdade criativa apresentadas.

Sem exatidão

A palavra-chave nas discussões sobre Halo é exatidão. Quem joga ou já jogou Halo aponta que a série está muito distante da essência do game, perdendo a conexão com a fonte. O exemplo maior disso foi a decisão de, na TV, tirar o capacete de Master Chief, interpretado por Pablo Schreiber. No joguinho, o herói tem a identidade preservada.

O visual da Cortana, a inteligência artificial que é escudeira do Master Chief, também foi alvo de críticas. Só aí são dois pilares de toda a franquia Halo. Soma-se a isso médias e pequenas alterações e o resultado é a insatisfação. 

Imagem da Cortana na série Halo
Imagem da Cortana na série Halo

Marcus Lehto, creditado como um dos criadores dos games Halo, foi quem desenvolveu o personagem Master Chief. O pai da criança também está na lista dos descontentes com a série e deixou isso claro em uma postagem no Twitter.

Um internauta afirmou que a atração “não é Halo”, justificando o fato de ela “pegar a marca e desviá-la de rota, a afastando do coração do jogo”. Lehto concordou, fazendo depois uma afirmação dura:

“Sim”, escreveu Lehto. Eu não sei ao certo qual é mesmo a inspiração da série. Sei que não é do Halo que eu produzi (veja a postagem, abaixo):

Pablo Schreiber, o protagonista, disse em entrevistas que o propósito da série é justamente não ser igual ao jogo, apresentando assim uma experiência diferente ao público. 

E por mais que The Mandalorian esteja aí como contraponto, é realmente complicado uma produção de entretenimento que não mostre o rosto do personagem central. Tirar o capacete do Master Chief, pensando pelo ponto de vista televisivo, é acertado. 

A série Halo está com a segunda temporada confirmada. É óbvio que produtores e roteiristas têm ciência da chiadeira. A trama se afastou do núcleo do game, chega a ser complicado voltar muito atrás. Pelo menos, nos novos episódios, pode ser tomados caminhos a fim de não aborrecer tanto os gamers, pessoas que fizeram Halo ser o que é. ⬩

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