VALE A PENA

Boa comédia sobre LoL e e-sports, Players se perde na overdose de séries

Dos criadores de American Vandal (Netflix), a nova atração estreia nesta sexta (24), no Paramount+

Publicado em 24/06/2022

A boa comédia Players, sobre o mundo competitivo de League of Legends (LoL) e dos e-sports, se perde na overdose de séries. Disponível no Paramount+, a atração estreia nesta sexta-feira (24), com os três primeiros episódios, sendo mais uma opção entre tantas ofertas nesse mercado saturado. Mais do que um produto nichado em um streaming com poucos assinantes, Players merecia uma plataforma de mais destaque.

Desenvolvida por Dan Perrault e Tony Yacenda, os criadores de American Vandal (2017-2018), produção de sucesso da Netflix, Players tem todo o repertório para ficar tão famosa quanto a “irmã”, por ser absurdamente hilária e muito bem acabada, apresentando uma trama insana e que fisga o telespectador logo nas cenas iniciais.

Players aplica humor afiado na narrativa da história ambientada em um dos universos mais quentes do momento: o e-sport. O que no passado era apenas um hobby despretensioso, jogar games se tornou um negócio milionário, chamando a atenção de grandes empresas e atraindo uma avalanche de pessoas que assistem outras pessoas jogarem videogame.

A série sagaz brinca com tudo o que cerca o mundo dos e-sports. A escolha do jogo foi certeira, o irresistível League of Legends, LoL para os íntimos, que mobiliza multidões ao redor do planeta. LoL é o exemplo mais claro da revolução dos e-sports.

O ator Misha Brooks em cena de Players
O ator Misha Brooks em cena de Players

Como se fosse um doc

A estrutura de Players é a mesma de American Vandal. É aquela série prima de The Office (2005-2013), com a estrutura toda montada como se fosse um documentário real. Players usa muitas referências de docs esportivos tão populares e emula algumas situações vistas nas modalidades mais convencionais.

A história acompanha Creamcheese (Misha Brooks), gamer famoso e rico, um dos fundadores da equipe Fugitive, nascida em 2015. Seis anos depois, apesar de ter alcançado o estrelato, ele carrega o rótulo de fracassado por nunca ter conseguido ganhar um campeonato importante.

Aos 27 anos, Creamcheese vê uma ameaça surgir dentro da própria franquia. Organizm (Da’Jour Jones) é contratado como reforço da Fugitive, tido como a maior revelação da cena dos e-sports. Dez anos mais novo do que o líder do time, o jovem recém-chegado irá tomar os holofotes do veterano. Assim brota uma rivalidade interna.

Creamcheese é a figura do astro do esporte que se acha o bonzão, mesmo sem títulos para comprovar toda a pompa. Na perspectiva dos e-sports, ele está no final de carreira, além de ser objeto de muitas críticas em podcasts e programas de TV sobre o LoL.

Organizm seria a peça revigorante para empurrar o time da Fugitive ao título, mas parece que o marketing irá falar mais alto do que a competitividade.

Impossível não inserir Players no exemplo que muito se faz nos bastidores das séries: “se estivesse na Netflix, iria fazer muito mais sucesso!”. O Paramount+, que está investindo pesado na cobertura de eventos esportivos ao vivo, tem em Players a principal atração a ser promovida no momento, após o fim de The Offer. Todo investimento é válido, pois Players merece ser vista. 

O problema é a concorrência pesada, preço pago de estar na ferrenha guerra dos streamings. Pelo menos, o Paramount+ sabe que tem um bom produto em mãos nessa batalha.

Veja o trailer, legendado, de Players:

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