THE NOITE

Íris Abravanel relembra a sua decisão de virar autora e salvar a dramaturgia do SBT: “Estava tudo definhando e sem vida”

Novelista também falou sobre o incentivo de Silvio Santos para que ela trabalhasse na emissora

Publicado em 17/08/2023

A autora Íris Abravanel, de 75 anos, relembrou a sua decisão de trabalhar como escritora das novelas do SBT após ver o núcleo de dramaturgia sendo extinto pela emissora. Em entrevista ao The Noite, de Danilo Gentili, a novelista afirmou que teve um estalo em sua cabeça depois de visitar a cidade cenográfica do canal de Silvio Santos e ver tudo se deteriorando.

“Tinha só um bonde que estava legal [na cidade cenográfica]. Era a cenografia ainda de ‘Éramos Seis’. Vi aquilo se deteriorando […] aí me deu esse aperto no coração. Falei: ‘Nossa, teledramaturgia no SBT está definhando, está morrendo, não tem vida’. Os corredores aqui não tinham cenografia, uma coisa meio morta. Falei: ‘não, vamos trazer vida para cá’. E foi ‘Revelação’. O nome foi meu marido que deu”, contou a autora.

Íris Abravanel também revelou ter sido incentivada por Silvio Santos a trabalhar como autora das novelas do canal, depois do marido ter se decepcionado com alguns grandes nomes da dramaturgia. “Ele precisava de autores para o SBT. Eu sei que eles fizeram contrato – isso daí eu acompanhei porque foi tudo em casa – fizeram contrato, assinaram contrato e depois a Globo chamou de volta. Não sei se eles pagaram multa, ou não, mas voltaram todos para a Globo. E o Walcyr Carrasco estava junto, também. E ele não veio…. Aí eu fiquei ‘nossa, ninguém quer fazer novela. E se eu fizesse uma novela?”. Ele falou “é, você escreve bem, por que você não faz?”, recordou ela.

Por fim, a novelista relatou as dificuldades de por uma obra no ar e enfatizou o medo de não agradar a audiência com uma novela. “Entre o ‘por que você não faz?’ e fazer, gente, vocês não têm noção do que é escrever. É uma engenharia para escrever uma novela. Você entra em um boeing, sem saber, no ar, o piloto morreu e você tem que pilotar e aterrissar. É o mesmo pavor. A mesma coisa”, completou Íris Abravanel.

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