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Doc Investigação mostra, com exclusividade, cativeiro em que Champinha manteve Liana presa antes do crime que chocou o Brasil

Nono episódio da série true crime do PlayPlus reconta um dos casos mais brutais do Brasil com depoimentos emocionantes dos pais das vítimas

Publicado em 22/02/2024

A partir deste domingo (25), estará disponível no streaming do PlayPlus o nono episódio do Doc Investigação, que mostrará o cruel assassinato de Liana Friedenbach e Felipe Caffé, cometido pelo então menor Champinha (na época com 16 anos) e seu bando.

Pouco mais de 20 anos depois do crime, a equipe do Doc Investigação volta à região onde tudo aconteceu e refaz os passos dos adolescentes e os trajetos do bandido. A repórter Thais Furlan, acompanhada por um guia local, consegue chegar ao cativeiro em que Champinha manteve Liana presa, antes de acabar com a vida da menina.  

“Nenhuma equipe de jornalismo esteve aqui antes, nem a polícia”, diz Arnaldo Candide, guia e morador da área, enquanto acompanha Thais por uma trilha fechada, com muitos obstáculos, até chegar ao ponto onde o psicopata se escondia. 

Momentos de terror 

Em novembro de 2003, Felipe, de 19 anos, e Liana, de 16, resolveram acampar em Embu-Guaçu, uma área rural na Grande São Paulo. Mas o final de semana de sonho virou pesadelo quando Champinha e Pernambuco abordaram o casal em tom ameaçador.    

Desesperada, Liana pediu que os bandidos não os matassem, disse que o pai tinha dinheiro e podia pagar pelo resgate. Os criminosos se empolgaram com a ideia e levaram os dois para um cativeiro. Mas ali estava só começando o calvário dos jovens namorados.  

Cruéis, os criminosos estupraram Liana, enquanto Felipe, no quarto ao lado, ouvia tudo. “Ela foi violentada, estuprada, efetivamente, pelo Champinha, e pelo Pernambuco. Eles fizeram um revezamento em relação à Liana”, diz o Procurador de Justiça, Norberto Joia.

No Doc Investigação, Thais Furlan volta à essa casa onde os jovens passaram a primeira noite de terror e mostra como está o imóvel hoje.  

Menos de 24 horas após o sequestro, Pernambuco executou Felipe com um tiro na nuca. Após a execução, o matador resolveu fugir. 

Crueldade e violência 

Champinha manteve Liana como refém, e passou a praticar constantes abusos contra ela, além de circular com a moça pela região e apresentá-la como namorada. Descontrolado, ele ainda ofereceu a jovem, que foi estuprada, também, por colegas dele. 

“Ele foi muito cruel. Além de espancar, morder, estuprou a Liana várias vezes ao dia. E pegava os comparsas dele e fazia estuprar Liana na frente dele. Chegou em um ponto de ser tantas vezes estuprada pelo Champinha e pelos comparsas que ela falou: ‘eu não aguento mais, me mate, por favor’,” revela a psiquiatra forense Hilda Morana, à equipe do Doc Investigação.  

Três dias após o sequestro, Champinha assassinou Liana com dezenas de golpes de facão. “Ele passou a desferir os golpes de peixeira, freneticamente, nas costas, no peito. No primeiro golpe que atingiu o pescoço da Liana, ela teria se voltado de frente para ele e ele passou, então, a esfaqueá-la no tórax, pescoço, cabeça,” descreve o ex-delegado Silvio Balangio Júnior.  

A dor dos pais 

Os corpos de Liana e Felipe só foram encontrados oito dias após o desaparecimento dos jovens. E não demorou muito para a polícia prender todos os envolvidos no fato bárbaro.  

Duas décadas após o crime, os pais de Liana e Felipe seguem com uma ferida irrecuperável. “Nem em um filme de terror pensariam num enredo tão punk. Não tem perdão. Com muita dor eu falo: que alívio que ela morreu, porque passando o que ela passou, não acho que alguma terapia no mundo pudesse trazer ela em condições mínimas de viver”, desabafa Ari Friendenbach. 

“Você começa a desacreditar de tudo no ser humano, porque o que foi feito, um ser humano não faz.  Aquilo é animalesco. A dor é muito grande, e você não sabe como administrar isso. O filho que você vê brincando, alegre, sorrindo… De repente, interrompe a vida dele, nós não estamos preparados para isso… Eu, pelo menos, não estava”, diz Reinaldo Caffé, emocionado.  

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