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Perspectiva: o que esperar de 2021 na televisão brasileira?

A pandemia deixa muitas dúvidas quanto à programação do novo ano

Publicado em 01/01/2021

Se 2020 foi um ano que surpreendeu todo mundo, 2021 começa como uma incógnita. A pandemia da covid-19 ainda faz vítimas e, mesmo que a vacinação tenha início, ainda não dá para cravar que as coisas voltarão ao normal. Além da crise sanitária, há uma crise financeira que deve reverberar ao longo do ano.

Neste contexto, as TV’s abertas terão o desafio de seguir reinventando suas produções dentro deste cenário limitador. A Globo, por exemplo, tenta normalizar sua linha de novelas. Já concluiu as inacabadas Amor de Mãe e Salve-se Quem Puder, e já iniciou os trabalhos das próximas, Nos Tempos do Imperador, Quanto Mais Vida Melhor e Um Lugar ao Sol.

Mesmo assim, a obscuridade do ano pode trazer novas mudanças de planos. Mas o canal tem suas saídas, já que dispõe de uma grande cartela dos produtos das diferentes janelas do Grupo Globo. Shippados e Todas as Mulheres do Mundo, por exemplo, são duas produções do Globoplay com estreia marcada no canal aberto.

Enquanto isso, a Record TV também desenha um cenário mais otimista, dentro das possibilidades. A emissora vem produzindo novelas e reality shows dentro dos protocolos de segurança e tem encontrado boas possibilidades. Sendo assim, novelas bíblicas, formatos de fora e jornalismo seguirão dando a tônica da grade do canal.

Já a Band precisa encontrar uma maneira de voltar a produzir o seu MasterChef. A edição 2020, com participantes diferentes a cada edição, não foi ruim, mas perdeu seu principal trunfo: a capacidade de mobilizar torcidas. Além disso, o canal precisa otimizar seu cast, que conta com nomes, como Mariana Godoy, na geladeira.

Zeca Camargo, que assumiu um cargo executivo e criativo no ano passado, precisará dizer a que veio. Além disso, seria uma boa a emissora apostar nele, também, como apresentador, já que o jornalista tem repertório e experiência. Zeca dará as caras na programação de verão da emissora, mas poderia ser utilizado em outras frentes também.

Ressurgindo das cinzas

Para a RedeTV!, as perspectivas são mais sombrias. A emissora perdeu fôlego em 2020, e precisará mostrar que ainda respira em 2021. Há uma crise de criatividade no canal, com novos programas que não dizem a que vieram e programas “clássicos” que já não repercutem quanto antes. Não dá para ficar refém apenas de A Tarde É Sua e Encrenca.

O mesmo vale para o SBT. A emissora teve um péssimo 2020, com estrelas como Carlos Alberto de Nóbrega e o próprio Silvio Santos tendo que ficar em casa. Para estes, não há muitas saídas além de esperar a vacinação. Ou seja, a emissora é a que mais depende de uma melhora no cenário da pandemia para voltar a produzir.

O SBT também precisará olhar com mais carinho para o jornalismo e o esporte. O ano passado deixou claro que emissora sem jornalismo atuante perde relevância em momentos de crise. Não dá mais para ficar no informativo burocrático. É preciso investimentos.

O canal também precisa aumentar a vitrine do esporte. Se houve a decisão de investir em eventos esportivos em 2020, é preciso levar isso a sério. O SBT não pode reduzir seu novo departamento de esportes à Libertadores: é preciso mais. Além disso, há a demanda de uma vitrine mais ampla.

Informação

Com a pandemia ainda acontecendo, a demanda por informação deve continuar forte em 2021. Na TV aberta, Globo, Band e Record TV têm a vantagem de possuir um jornalismo mais abrangente, embora esta última adote uma postura menos combativa à crise sanitária.

Já a TV paga deve continuar a ver crescer a briga entre a GloboNews e a CNN Brasil. As duas emissoras se destacaram em 2020 com boas coberturas da pandemia, eleições estadunidenses e eleições municipais do Brasil. Em 2021, a cobertura da crise política e econômica deve continuar a impulsioná-las.

Além disso, se não houver novo adiamento, deve acontecer os Jogos Olímpicos. Com isso, o interesse da audiência aos esportes deve garantir um bom retorno. Porém, até isso está atrelado ao combate à pandemia. As perspectivas para 2021 ainda dependem de muitas variáveis.

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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