O telespectador nutre um certo fascínio pelo ambiente hospitalar. Não por acaso, o hospital é cenário de grandes dramas médicos de sucesso, como Grey’s Anatomy e The Good Doctor, e também de muitas novelas, como Amor à Vida (ou qualquer uma de Manoel Carlos).
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Este fascínio se explica pelo material humano que o ambiente proporciona, o que dá margem a grandes histórias de vida. Por isso, a ficção gosta tanto deste cenário. Mas a não-ficção também surfa nesta onda, e os reality shows envolvendo hospitais ou questões de saúde são vedetes na programação da TV paga. E, vira e mexe, ganham espaço na TV aberta também.
Neste contexto, O Hospital, nova aposta da Record TV para as noites de sexta-feira, é uma atração de inegável apelo. A atração mostra casos registrados no Hospital Moriah, focando cirurgias eletivas. A atração, em formato de documentário, mostra casos reais de pacientes do hospital, costurados por depoimentos de médicos.
Como não poderia deixar de ser, cenas “chocantes” fazem parte do cardápio, com procedimentos cirúrgicos sendo mostrados em detalhes. Não precisava, já que as histórias de vida dos pacientes já garantem o interesse do público. Além disso, é interessante ouvir os médicos falando sobre suas rotinas. Isso imprime uma humanidade aos profissionais que é bem-vinda, sobretudo em tempos de pandemia.
Merchan
No entanto, o grande incômodo de O Hospital é a ênfase nas qualidades do local onde são registrados os casos. Como se sabe que o Moriah pertence a Edir Macedo, os episódios da série ficam parecendo grandes propagandas dos serviços do lugar. Não há demérito nisso, mas um pouco de sutileza seria bem-vinda.
Porém, isso não chega a comprometer. O Hospital é um programa bem-feito, que reúne histórias interessantes e que deve chamar a atenção do público que gosta deste tipo de atração.
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