romance

Casal carismático segura Todas as Mulheres do Mundo

A série faz referência à arte, mas passa longe de ser hermética

Publicado em 02/02/2021

Atração do Globoplay que ganha a programação da Globo, Todas as Mulheres do Mundo, à primeira vista, parece um produto nichado. As inúmeras referências às artes e, principalmente, à poesia, parecem colocar a série num lugar erudito. Mesmo assim, a emissora apostou na obra de Domingos Oliveira para sua linha de shows.

Apesar disso, a série parece funcionar bem no fim da noite da terça-feira. Isso porque o texto e a produção, embora sofisticados, não caem na armadilha do hermético. Pelo contrário. Os sentimentos abordados na trama singela e com vários significados são universais e, portanto, estão ao alcance do espectador de uma maneira bastante simpática.

O enredo ultrapassa o romantismo ao focar em Paulo (Emílio Dantas) e sua capacidade de se apaixonar por “todas as mulheres do mundo”. Um homem definido como “apaixonado pelas mulheres”, ele é, a princípio, apresentado como um rapaz imaturo e um tanto volúvel.

Afinal, o primeiro episódio é focado em sua paixão arrebatadora e quase obsessiva por Maria Alice (Sophie Charlotte), a quem persegue insistentemente até que consegue fazê-la abandonar um noivado e embarcar nesta história. No entanto, depois disso, Paulo se vê dividido entre sua musa e as demais mulheres do mundo.

Quem viu a série no Globoplay já sabe que, nos episódios seguintes, Paulo embarca numa série de relacionamentos com diferentes mulheres. Mas sempre em busca de sua Maria Alice. Ou seja, o decorrer da série apaga um pouco esta impressão inicial da volubilidade de Paulo para colocá-lo numa jornada de autoconhecimento.

Assim, o que impressiona positivamente mesmo neste primeiro episódio é a química absurda entre Emílio Dantas e Sophie Charlotte. Os dois têm um jogo cênico cheio de intimidade, e é impossível não embarcar na história de amor melosa deles. Os dois jogam juntos, esbanjando naturalidade e carisma.

Por isso, Todas as Mulheres do Mundo é uma bem-vinda atualização da obra de Domingos Oliveira, com uma mensagem terna e piegas, mas que revela muito do que é ser humano. A produção caprichada, com as referências às artes já citadas acima, dão uma embalagem brilhante a um produto muito bem-feito. Vale o ingresso.

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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