Glória Perez acertou em cheio na forma como tem conduzido a história de Ivana, uma das principais personagens de A Força do Querer.
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O papel tem lidado com o incômodo de conviver com um corpo que não julga ser o seu, ao mesmo tempo em que precisa enfrentar a mãe, Joyce, que tenta impor seus padrões de beleza à filha, nada interessada em ser sexy ou estampar capas de revista.
Ao optar por mostrar todo o processo de transformação de Ivana, ao invés de simplesmente apostar em uma transexual já com sua condição definida, a novelista faz com que a jovem crie afinidade com o público e ganhe torcida.
Como temos visto nas últimas novelas, os telespectadores têm mais facilidade de lidar com personagens homossexuais e seus dramas e amores depois que se envolvem com as tramas, como ocorreu com Félix e o “Anjinho” em Amor à Vida.
Na ocasião, o público vibrou com o “beijo gay” no final do enredo, porém, rejeitou o casal vivido por Nathalia Timberg e Fernanda Montenegro em Babilônia, já que as duas se beijaram logo no primeiro capítulo, chocando a “tradicional família brasileira”.
Inclusive, tem sido importante para estreitar a relação entre Ivana e os espectadores suas idas à psicóloga, em cenas com ares de Sessão de Terapia, série de sucesso do GNT.
Ou seja, com a ajuda de uma profissional, o espetador tem uma consulta gratuita para entender e talvez aceitar a transexualidade não somente na TV, como na vida real. Ponto para Glória Perez, mais um em sua vitoriosa carreira.
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