Ironia do destino

Monalisa Perrone é demitida da CNN no dia em que jornal que lançou na Globo completa 8 anos

Aniversário do Hora 1 e dispensa de sua primeira apresentadora ocorreram nesta quinta-feira (1°)

Publicado em 01/12/2022

Em 1° de dezembro de 2014, Monalisa Perrone chegava ao topo na Globo e finalmente tinha um telejornal para chamar de seu. Entrava no ar o Hora 1, noticioso que abria a grade ao vivo da emissora com a missão de alavancar a audiência para os programas seguintes. De repórter a âncora, a apresentadora também se firmou no rodízio do Jornal Nacional, principal noticioso da TV brasileira.

Prestes a completar cinco anos à frente do Hora 1, Monalisa tomou uma decisão radical. Em setembro de 2019, pediu demissão da Globo, após 20 anos de casa, para ser a principal grife da CNN Brasil, primeira filial da rede norte-americana, que se preparava para iniciar suas transmissões. Do time de apresentadores (boa parte formada por ex-globais), ela era a única a deixar a principal emissora do país para o novo projeto.

Enquanto Monalisa descansava a imagem esperando o lançamento da CNN Brasil, a Globo agiu rápido e promoveu Roberto Kovalick a apresentador do Hora 1, herdando também a vaga deixada pela ex-colega nas folgas de William Bonner e Renata Vasconcellos no JN. Com ele, o jornal das madrugadas ganhou investimentos, como estúdio reformado e mais repórteres ao vivo, requentando menos material do Jornal da Globo.

Na CNN Brasil, a rotina profissional de Monalisa Perrone bagunçou. Embora tivesse sido atraída pela promessa de deixar as madrugadas, passeou por diferentes faixas horárias na programação do canal de notícias. Ela ainda precisou lidar com extremistas do governo Bolsonaro e seus apoiadores, tanto em entrevistas quanto no famigerado O Grande Debate, rinha de opiniões que levava nada a lugar nenhum.

Nesta quinta-feira (1°), o Hora 1 completa oito anos com audiência sólida e equipe entrosada. Também nesta quinta, Monalisa Perrone foi demitida da CNN Brasil no maior corte desde a inauguração do canal. O destino é implacável.

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