Comentarista da GloboNews, Jorge Pontual pediu desculpas por ter justificado o ataque de Israel a ambulâncias com palestinos feridos na guerra retomada há quase um mês. A opinião, interpretada como endosso à morte de civis, repercutiu negativamente nas redes sociais e dentro do governo Lula, a ponto de o ministro Paulo Pimenta chamar o posicionamento do jornalista de “covarde”.
Veja também:
“Ao comentar o ataque a uma ambulância na Faixa de Gaza, minha intenção foi a de dar a versão de Israel. Admito que não fui feliz, pois a muitos pareceu um endosso. Isso seria impossível, ninguém tem informações seguras sobre o que lá se passa. De certo, apenas um fato: os palestinos de Gaza vivem uma tragédia, com muitas perdas civis, que lamento profundamente. Peço desculpas por não ter deixado isso claro”, publicou Jorge Pontual no Instagram, marcando o perfil do ministro de Lula. O story foi compartilhado pela GloboNews no Twitter, sugerindo que o perdão foi encomendado pelo canal pago.
Durante o programa Em Pauta da última sexta-feira (3), Pontual endossou o ataque israelense a ambulâncias com civis feridos porque, segundo o país, haveria no interior dos veículos integrantes do grupo extremista Hamas. Ele ainda relativizou as críticas globais contra a postura de Israel contra o povo palestino.
“Atacar combatentes do Hamas, terroristas do Hamas, é um direito que Israel tem. Se eles estavam na ambulância, infelizmente era isso quwe Israel tinha que fazer, alvejar esses inimigos. Agora, era uma ambulância, estava em um comboio de ambulâncias, e ficaram feridos e morreram pessoas que estavam perto, que não eram só os do Hamas”, comentou na GloboNews.
Nas redes sociais, “Globo apoia genocídio” esteve entre os assuntos mais comentados do Twitter, e telespectadores exigiram a demissão de Pontual. Ministro-Chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta fez coro às queixas do público.
“É inaceitável. É vergonhoso. É assustador. Comentarista da GloboNews, Jorge Pontual vem se notabilizando por uma postura manipuladora e covarde sobre a guerra no Oriente Médio. Uma coisa é condenar os atos terroristas, a morte e os sequestros de civis israelenses, outra é justificar a barbáries, o genocídio e a morte indiscriminada de milhares de crianças e inocentes palestinos. Neste momento, os que não levantam sua voz em defesa da paz e de um corredor humanitário são cúmplices do que está acontecendo e, sobretudo, contribuem para que não se encontre uma solução para paz. Chega!”, escreveu.