A quinta temporada do Canta Comigo começou no último domingo (9) com um tributo a Canisso, ex-jurado do programa da Record e baixista do Raimundos, que morreu há exatamente um mês. Os 100 integrantes não seguraram as lágrimas ao cantar juntos o maior sucesso do colega, Mulher de Fases. Nat Guareschi, uma das avaliadoras, revela como a homenagem mexeu com o elenco da competição.
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“Foi emocionante ver todo o painel prestando essa homenagem ao Canisso, que sempre foi um querido e fará muita falta. Deixo aqui meus sentimentos a todos os familiares e amigos”, lamenta a cantora em entrevista exclusiva à coluna.
Em sua terceira temporada no programa, Nat Guareschi admite que ainda não se acostumou à posição de jurada, capaz de definir o avanço ou a eliminação de um candidato, e prefere ser carinhosa em suas avaliações, papel que também desempenhou em três edições do Canta Comigo Teen.
“A parte mais difícil de julgar é justamente julgar”, brinca ela. “Não me identifico com esse lugar do julgamento. Não me sinto julgando, mas contribuindo com a carreira da pessoa que está corajosamente enfrentando aquele palco. Nas nossas vidas artísticas, sempre recebemos julgamentos, apontamentos ou direções. Vamos, aos poucos, aprendendo a lidar com as críticas construtivas e as que não são também. Mas, ali no programa, o julgamento é somente sobre uma única apresentação. E nós, como humanos, não somos impecáveis todos os dias, né? Isso interfere diretamente no resultado do programa. Julgar é sempre dificílimo, mas são tantas pessoas talentosas que passo a maior parte do tempo cantando com todos, e não julgando”, explica.
Nat concilia as gravações na Record com seu primeiro EP, previsto para os próximos meses, em parceria com o produtor musical William Santos, renomado no segmento sertanejo, que já trabalhou com Lauana Prado, Zé Neto & Cristiano e Fernando & Sorocaba, entre outros artistas.
Do futebol para a música
A cantora se sente realizada ao trocar a carreira de jogadora de futebol pela música, mas ainda acompanha o esporte e está ansiosa pela Copa do Mundo, em julho. Ela comemora as conquistas das mulheres contra o machismo na modalidade, mas ressalta a necessidade de mais avanços.
“O machismo estrutural no futebol faz as mulheres serem vistas como musas, não atletas. A Marta, que foi eleita seis vezes melhor do mundo pela FIFA, tem menos visibilidade do que qualquer jogador. Sei que conquistamos com muito suor alguns espaços, mas a verdade é que ainda há muita batalha a conquistar. Sempre vou acreditar e lutar pela equidade de gênero dentro e fora dos esportes. Precisamos combater essa intolerância todos os dias e mostrar que o futebol feminino tem muito potencial! E tenho tanta vontade de jogar que já agitei a galera do Canta Comigo pra fazermos a primeira edição do Fut Comigo, em que os jurados e a produção jogam juntos em um torneio. Quem será que vai ficar com esse troféu hein?”, sugere, aos risos.
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