![Gustavo Milsoni, agressor do repórter cinematográfico Leandro Matozo, e o arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes](https://observatoriodatv.uol.com.br/wp-content/uploads/2021/10/bolsonarista_agressor_arcebispo.jpg)
Gustavo Milsoni, professor em Mogi das Cruzes (São Paulo), visitou o Santuário Nacional de Aparecida na última terça-feira (12), mas não para cultuar Nossa Senhora. Ele cultuou Jair Bolsonaro, que cumpriu agenda pré-eleitoral e deu uma passadinha no templo. Típico “cidadão de bem”, segue todas as ordens do presidente, incluindo a de considerar a Globo “inimiga” do governo. Em pleno local de fé, agrediu um cinegrafista da emissora e o ameaçou de morte.
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O alvo do extremista foi Leandro Matozo, que cobria a movimentação em Aparecida no feriado religioso com o repórter Victor Ferreira para o canal pago GloboNews. O professor xingou a equipe de jornalismo, golpeou o rosto do cinegrafista com uma cabeçada e gritou: “Se pudesse, mataria vocês”.
Victor Ferreira chamou policiais militares pedindo proteção e registrou boletim de ocorrência, entretanto o professor foi liberado antes mesmo das vítimas e ainda ganhou carona da PM para voltar ao Santuário de Aparecida e cultuar Bolsonaro.
Professor de inglês e matemática, Milsoni trabalha na Escola Estadual Professor Cid Boucault, conforme foi divulgado pelo Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, e leciona para crianças entre 6 e 11 anos (Educação Básica I). Em seu Facebook, curte as páginas de políticos de extrema-direita, como o presidente e seus filhos, todos investigados pela Justiça por diferentes crimes (de corrupção a disseminação de notícias falsas).
Em 2017, Gustavo apoiou a Ideia Legislativa enviada ao Senado pela “criminalização do comunismo”, uma das bandeiras de Bolsonaro e seu rebanho eleitoral para perseguir qualquer pessoa que se opõe às suas ideias, mesmo que não seja de esquerda. Um exemplo é o arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, que passou a ser atacado por bolsonaristas após discursar contra armas e fake news no Santuário de Aparecida, na manhã da última terça.
Como o “professor-agressor” não deve ter ouvido o sermão do sacerdote, por estar mais interessado no presidente do que na fé, a coluna se encerra com a forte declaração contra as bandeiras bolsonaristas: “Para ser pátria amada não pode ser pátria armada. Para ser pátria armada seja uma pátria sem ódio. Para ser pátria amada, uma república sem mentira e sem fake news. Pátria amada sem corrupção. E pátria amada com fraternidade. Todos os irmãos construindo a grande família brasileira”.
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