O Globoplay incorpora a seu catálogo nesta segunda-feira (14) a novela Que Rei Sou Eu?, de Cassiano Gabus Mendes, um clássico absoluto da faixa das 19h da TV Globo. Luiz Carlos Fusco e Solange Castro Neves colaboraram com o autor na história de capa e espada passada no fim do século 18.
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Acusada de tentar favorecer o político Fernando Collor de Mello, então candidato à Presidência da República, assim como O Salvador da Pátria, de Lauro César Muniz, era tachada de apoiadora da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva, Que Rei Sou Eu? foi ao ar de 13 de fevereiro a 16 de setembro de 1989, em 185 capítulos.
Jean-Pierre (Edson Celulari) era o protagonista, legítimo herdeiro do torno de Avilan, um reino mergulhado em corrupção e desigualdade social. Ele é filho do falecido Rei Petrus II (Gianfrancesco Guarnieri) com uma paixão de sua juventude, Maria Fromet (Aracy Balabanian).
Junto de amigos e da amada Aline (Giulia Gam), ele luta para destronar o usurpador Pichot (Tato Gabus Mendes), que não passa de um fantoche do bruxo Ravengar (Antonio Abujamra).
Na época, ao ter que lidar com as mudanças na grade de programação para encaixar o horário eleitoral gratuito e capitalizando o grande êxito da novela, que até álbum de figurinhas gerou, a TV Globo surpreendeu ao escalar Que Rei Sou Eu? para a faixa vespertina Sessão Aventura, tradicionalmente destinada a séries estrangeiras.
No primeiro semestre do mesmo ano, a emissora já havia apostado numa novela para ocupar a faixa: Guerra dos Sexos (1983), de Silvio de Abreu. No entanto, a reprise da disputa entre os primos Otávio (Paulo Autran) e Charlô (Fernanda Montenegro) pelo controle sobre a fortuna da família teve uma duração normal, de janeiro a junho.
Já Que Rei Sou Eu?, haja motivações políticas da TV Globo para isso ou não, ficou no ar na Sessão Aventura de 23 de outubro a 29 de dezembro de 1989, bem na época em que as eleições presidenciais de fato ocorreram, em dois turnos, vencidos por Fernando Collor de Mello.
Outras reprises precoces de novelas na TV Globo
No final dos anos 1960 e começo dos 1970, por vezes uma novela ganhava um horário alternativo à tarde, para que outro público pudesse acompanhá-la, já que à noite eventualmente não poderia fazê-lo. Foi o caso, por exemplo, de A Grande Mentira (1968), Rosa Rebelde (1969), A Cabana do Pai Tomás (1969) e Uma Rosa Com Amor (1972).
Depois, entre 1976 e 1980, quando a faixa de reprises de novelas à tarde na TV Globo não tinha ainda o nome de Vale a Pena Ver de Novo, alguns títulos voltaram à tela bastante rápido, com diferença de um ano ou menos em relação ao término à noite. Helena (1975), O Noviço (1975) e Escrava Isaura (1976) são alguns exemplos.
Posteriormente, já com o título Vale a Pena Ver de Novo em uso para reapresentar folhetins, alguns deles ganharam a nova chance bem depressa. As Três Marias, de Wilson Rocha e Walther Negrão, terminou em maio de 1981 e voltou em agosto de 1982. Final Feliz, de Ivani Ribeiro, saiu do ar em junho de 1983, e em agosto de 1984 já regressava.
Após essa reprise precoce de Que Rei Sou Eu? na Sessão Aventura, o Vale a Pena Ver de Novo promoveu mais uma para a lista: a de Top Model, de Walther Negrão e Antonio Calmon, que exibiu seu final em maio de 1990 e retornou em janeiro de 1991, oito meses depois. Foi tão rápido que sua substituta na faixa das 19h, Mico Preto, de Marcílio Moraes, Leonor Bassères e Euclydes Marinho, havia terminado apenas um mês antes.