Ódio perfeito

Só tem maldade? Novela Amor Perfeito não sustenta o título e irrita o público

Trama de Duca Rachid e Júlio Fischer é carregada de problemas

Publicado em 17/07/2023

A novela Amor Perfeito chegou no capítulo 100 longe de sustentar o seu título. Como diz grande parte do público, a trama carrega na maldade sem dó.

A cada postagem sobre a obra de Duca Rachid e Júlio Fischer, uma enxurrada de comentários revoltados revela o mesmo sentimento: a novela das seis extrapola no ódio.

De fato, tudo gira em torno das inúmeras vitórias da vilã Gilda (Mariana Ximenes) e no sofrimento além da conta da mocinha Marê (Camila Queiroz). Para piorar, até Marcelino (Levi Asaf) vai sofrer na pele toda a maldade da megera.

Ódio perfeito?

A novela das seis começou acelerada. Em poucos capítulos, Marê conheceu Orlando (Diogo Almeida), foi acusada de matar o pai, foi condenada, presa, deu à luz, saiu da cadeia e desbancou Gilda no comando do hotel. Tudo isso em menos de um mês, algo sem necessidade.

Depois, Gilda deu mais um golpe, Marê ficou pulando de emprego em emprego e nada de tão relevante aconteceu, somente a chegada de Lucília (Kênia Bárbara), que morreu. Ademais, tudo pontuado pela rivalidade entre mocinha e vilã, no qual a antagonista sempre ganha, algo super batido que não convence mais o público.

Agora, Gilda vai adotar Marcelino e fazer da vida da criança um inferno, a ponto de deixá-lo em depressão, à beira da morte! Como não se bastasse, Marê terá que implorar para Orlando se casar com a vilã para proteger o menino. Ou seja, mais maldade.

Marê (Camila Queiroz), Orlando (Diogo Almeida) e Marcelino (Levi Asaf)
Marê (Camila Queiroz), Orlando (Diogo Almeida) e Marcelino (Levi Asaf)

Esse sofrimento exacerbado irrita porque deixa a história pouco dinâmica, na mesmice. É certo que Marê vai virar o jogo contra Gilda, mas somente nos últimos capítulos. Além disso, para uma novela que quer abordar “o amor de todas as formas”, está passando longe disso.

Outro problema de Amor Perfeito é a falta de boas tramas paralelas. O elenco é ótimo, mas mal aproveitado. Juliana Alves, por exemplo, faz figuração de luxo, assim como Lucy Ramos, que só agora deve aparecer mais. A personagem de Raquel Karro sumiu. Já os padres, que poderiam ter melhores momentos, só aparecem diante dos conflitos de Marcelino.

Por fim, o fato de Gilda ter uma série de comparsas e ninguém levantar suspeitas é ridículo. A maioria dos personagens masculinos são de péssimo caráter. Até o mocinho Orlando enganou a noiva por conta de um segredo do seu pai. E agora até mesmo Júlio (Daniel Rangel) vai mostrar que é embuste ao se declarar para Marê mesmo sendo noivo de Sônia (Bárbara Sut).

Embora esteja na média de audiência esperada para o horário, a novela não repercute nas redes sociais. De fato, não há nenhum grande personagem ou cena de impacto. Sem atrativos e com uma proposta longe do que foi apresentada, Amor Perfeito será mais uma novela das seis esquecida. Que venha Elas por Elas.

As informações e opiniões expressas nesta crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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