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Qual era a doença genética de Chrystian? Cantor não teve chance de tentar a cura

Especialista explica enfermidade hereditária que afetava o artista

Publicado em 21/06/2024

O cantor Chrystian, da dupla com o irmão Ralf, morreu na última quarta-feira (19) após passar mal em casa e ser internado em São Paulo. Ele tinha 67 anos de idade e marcou a história da música brasileira.

Nesta quinta-feira (20), o Hospital Samaritano Higienópolis divulgou a causa de morte do artista. Segundo nota oficial, o motivo do óbito foi choque séptico (infecção generalizada) em decorrência de pneumonia agravada por comorbidades. A instituição se solidariza com os familiares e amigos.

Entre as comorbidades, vale dizer, está uma condição genética chamada rim policístico, que o faria passar por um transplante no fim do ano através de uma doação da esposa, Key Vieira. No entanto, a cirurgia foi adiada.

Esposa e filhos no velório de Chrystian
Esposa e filhos no velório de Chrystian

Segundo especialistas, a doença renal policística é hereditária, estando presente em uma em cada mil pessoas, a condição traz uma chance de 50% para cada filho do portador herdá-la. Ela causa a formação de muitos cistos nos rins, fazendo com que eles inchem e se dilatem.

Em vez de túbulos normais, surgem cistos, aumentando o tamanho dos rins de 10-12 centímetros para até 25 centímetros causando dores e sensação de estômago cheio no paciente.

Testes genéticos podem identificar doença

De acordo Fabiano de Abreu Agrela, pós PhD em neurociências e especialista em genômica, condições genéticas, como a doença que o cantor Chrystian sofria podem ser diagnosticadas precocemente com testes genéticos, ajudando a tornar as abordagens mais eficazes.

Chrystian e Ralf
Chrystian e Ralf

“As condições genéticas podem ser identificadas antes mesmo dos primeiros sintomas aparecerem através de testes genéticos, isso ajuda a iniciar tratamentos preventivos que são mais eficazes, reduzindo os impactos da doença”, afirma Agrela.

“Detectar o problema o mais cedo possível permite agir antes que os sintomas se desenvolvam, melhorando muito a qualidade de vida do paciente. Por isso, cada vez mais pessoas têm recorrido a testes genéticos para entender suas predisposições e realizar mudanças preventivas no estilo de vida”, pontua o especialista.

Agrela ainda explica que, com a descoberta precoce de genes relacionados, há como tratar preventivamente uma doença futura. “Em casos de rim policístico, existem alguns genes relacionados, como o PKD1 e o PKD2, que podem ser identificados em testes genéticos para fazer um tratamento preventivo sobre a condição”.