VETERANO

Ator que perdeu processo contra a Globo participou de Pantanal

Emissora entrou com uma ação por abandono de elenco

Publicado em 03/06/2023

Mais de 20 anos depois de decidir largar o elenco da minissérie O Quinto dos Infernos, o ator Ewerton de Castro se deu mal ao ser processado pela Globo.

Nove anos após a trama ir ao ar, Ewerton de Castro se aposentou da profissão de ator. Além da interpretação, ele também fez carreira como diretor, produtor e roteirista.

Sua estreia na TV foi como o Visconde de Sabugosa da primeira versão do Sítio do Picapau Amarelo. A partir daí, atuou em diversas produções da Record, TV Tupi, Bandeirantes, Manchete, além da Globo.

Ewerton de Castro em A Viagem e em O Quinto dos Infernos
Ewerton de Castro em A Viagem e em O Quinto dos Infernos

Na plimplim fez Malu Mulher, Roque Santeiro, De Corpo e Alma, Fera Ferida e Os Maias. Na Tupi, um de seus papéis de destaque foi Alexandre, protagonista de A Viagem (1975).

Em 1990, na Manchete, Ewerton de Castro interpretou o peão Quim na primeira versão de Pantanal. Em 2022, o remake da novela foi ao ar na Globo e o personagem foi vivido pelo músico Chico Teixeira.

Ewerton de Castro rasgou o verbo contra a Globo

A emissora não deixou barato a atitude de Ewerton de Castro ter abandonado a minissérie O Quinto dos Infernos antes de terminarem as gravações, ocorridas em 2002.

A Justiça decidiu pela condenação do artista que, a priori, deverá pagar 210 mil reais ao canal da família Marinho.

À época, Castro alegou ter sido lesado. “Não fui respeitado artisticamente. Meu personagem não tinha falas e quase nunca era enquadrado pela câmera. Não pensei que eles chamariam a mim, um profissional com 34 anos de carreira, para fazer praticamente uma figuração”.

Ewerton de Castro deu vida a Quim em Pantanal de 1990
Ewerton de Castro deu vida a Quim em Pantanal de 1990

Por conta da quebra de contrato, a Globo decidiu processar o artista requisitando o pagamento de uma multa. A emissora afirmou ter sido pega de surpresa com o abandono do ator e que isso gerou diversos transtornos.

No processo, a empresa declarou: “Diante do inexplicável desaparecimento de um de seus personagens, foi preciso alterar o roteiro, reescrevendo vários capítulos, tentando, de alguma forma, não prejudicar o conteúdo da obra”.

Segundo a Globo, o Ewerton de Castro foi contratado como coadjuvante e houve falta de respeito por parte do artista. “Por mais famoso que seja, um ator não pode interferir nos critérios de direção e de produção de uma obra”, pontuou o documento contido nos autos.

Sentença

Depois de 21 anos do início do processo, no último dia 15 de maio a Justiça deu razão à Globo e sentenciou Ewerton de Castro a pagar uma multa com juros e correção monetária. Agora, a bagatela gira em torno de R$210 mil, valor que ainda será confirmado pela Justiça.

Ewerton de Castro em foto mais recente
Ewerton de Castro em foto mais recente

De acordo com a sentença, o artista estava ciente das condições ao assinar o contrato, recebeu o script da obra e sabia que sua atuação seria de menor importância.

O juiz Rogério Arruda ressaltou que o ator deixou a minissérie por “descontentamento e arrependimento”, mas que a emissora cumpriu os termos presentes no contrato. Caso queira, o ator Ewerton de Castro pode recorrer da sentença.