Análise

Com Fátima Bernardes, Globo ameniza ausência de animadoras em sua programação

A apresentadora passa a comandar o The Voice Brasil

Publicado em 14/04/2022

O troca-troca desencadeado com a saída de Faustão e Tiago Leifert da Globo, no ano passado, mostrou que a emissora tinha uma linha de shows dominada por homens. Luciano Huck assumiu os domingos do canal, enquanto Marcos Mion ficou com o sábado. Já o The Voice passou para Andre Marques (à noite) e Márcio Garcia (no Kids), e Tadeu Schmidt ficou com o BBB. Um “clube do Bolinha”.

Neste ano, a emissora promove uma nova reforma em seus programas de entretenimento, desta vez desencadeada pela saída de Fátima Bernardes do Encontro. A jornalista passa a apresentar o The Voice Brasil, tornando-se a primeira mulher a conquistar o posto. Trata-se de uma boa mudança na competição musical e uma nova guinada na carreira de Fátima, que mostrará seu lado animadora.

Nunca fez muito sentido a falta de mulheres em programas de auditório e variedades na grade da Globo. A emissora já teve nomes como Xuxa, Angélica ou Fernanda Lima à frente de uma plateia, mas sempre preferiu entregar os espaços mais nobres do segmento aos homens. Às mulheres, foram entregues matinais e femininos, vide Ana Maria Braga e a própria Fátima.

Pouco espaço

Ivete Sangalo no The Masked Singer Brasil
Ivete Sangalo no The Masked Singer Brasil (TV Globo/Maurício Fidalgo)

Hoje, apenas Ivete Sangalo destoa na programação. The Masked Singer Brasil é o único programa de auditório da grade a ser comandado por uma mulher na Globo. Muito pouco. Hebe Camargo, pioneira da TV brasileira, foi também uma animadora pioneira, mas, parece, não deixou sucessoras.

Os programas de auditório ainda estão entregues aos homens, e em todas as emissoras. Na Record TV, o posto é de Rodrigo Faro. Na Band, a atração é Faustão. SBT e RedeTV! são os únicos canais com mais mulheres à frente de auditórios, como Eliana, Patrícia Abravanel, Luciana Gimenez e Daniela Albuquerque. É pouco.

Fátima Bernardes no The Voice Brasil, portanto, quebrará um tabu. A apresentadora tem uma chance de reinvenção, mas também abre espaço para que mulheres também conquistem o horário nobre da televisão brasileira.

Aliás, ao que tudo indica, diversidade é o que a Globo busca com seu time de apresentadores. Além de escalar uma mulher para o The Voice, o canal alçou apresentadores negros a postos importantes no entretenimento (Manoel Soares, Thiago Oliveira e Rita Batista), e também terá um apresentador cadeirante (Fernando Fernandes no No Limite). Algo está mudando. Que bom!

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

Confira outros conteúdos da coluna e do colunista ou entre em contato

© 2024 Observatório da TV | Powered by Grupo Observatório
Site parceiro UOL
Publicidade