Crítica de TV

Com caracterizações alinhadas, nova fase de Pantanal começa bem

Os novos intérpretes estão em sintonia com os atores da primeira fase

Publicado em 13/04/2022

Após duas semanas no ar, Pantanal chega aos dias atuais e apresenta ao público da novela da Globo os atores que estarão em cena de agora em diante. A boa caracterização dos personagens chama a atenção na nova fase, com intérpretes alinhados ao que foi visto nos primeiros capítulos.

Constante na obra de Benedito Ruy Barbosa, a divisão em fases nem sempre funciona bem. Isso porque uma escalação de elenco equivocada pode “quebrar” a ilusão da ficção junto ao público, gerando um ruído narrativo que pode colocar a credibilidade da trama no chão.

Parceria anterior de Benedito Ruy Barbosa e Bruno Luperi, a novela Velho Chico sofreu com este mal. A primeira fase da novela de 2016 foi boa, mas a interpretação desalinhada de Rodrigo Santoro e Antonio Fagundes, que viviam o Coronel Saruê em fases distintas, causou estranheza na audiência e contribuiu com a rejeição à trama. Além disso, a caracterização dos atores também não agradou. Não parecia a mesma pessoa.

Outro erro entre fases se viu em Em Família, de Manoel Carlos, exibida em 2013. A troca de fases penou com a escalação de atores equivocada. Um exemplo: numa das fases, Bruna Marquezine deu vida à Helena, enquanto Gabriela Carneiro da Cunha era Juliana, sua tia. Nesta fase, Juliana parecia mais velha que Helena. Os anos passaram, e Júlia Lemmertz assumiu Helena, enquanto Vanessa Gerbelli era Juliana. A partir daí, Helena parecia mais velha que a tia.

Elenco jovem aprovado

Em Pantanal, esta transição não é traumática. Os atores escolhidos para viverem os protagonistas em sua fase jovem estão de acordo com a faixa de idade de seus respectivos personagens. Mais do que isso: a caracterização os tornou muito parecidos com os intérpretes que vivem os mesmos tipos mais velhos.

Karine Teles, a Madeleine, e Camila Morgado, a Irma, estão muito parecidas com Bruna Linzmeyer e Malu Rodrigues, que viveram as personagens na juventude. Dira Paes também segurou bem a Filó, que encantou o público quando foi vivida por Letícia Salles.

Marcos Palmeira é quem tem o maior desafio. Não pela falta de semelhança com Renato Góes, mas sim por assumir um personagem que caiu nas graças do público com seu intérprete anterior. Góes deu um carisma acima da média ao peão, que é um sujeito contraditório e cheio de defeitos. Manter isso será um trabalho e tanto.

Foi bem

No entanto, no geral, a nova fase de Pantanal mostrou que a novela segue numa boa direção. A trama atualizada por Bruno Luperi segue envolvente e, agora, insere novos núcleos e situações, ficando mais robusta.

Alanis Guillen e Jesuíta Barbosa, que assumem o romance principal da obra como Juma e Jove, não decepcionaram em suas primeiras sequências. Ou seja, a novela deve manter intactas suas qualidades nesta nova etapa. Ainda bem!

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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