Crítica

BBB 22 transforma Jogo da Discórdia em telebarraco

Exibir brigas ao vivo virou o programa das segundas-feiras da emissora

Publicado em 23/02/2022

Houve um tempo em que nada acontecia nas noites de segunda-feira no BBB. Como era dia de Tela Quente, que já foi uma faixa de filmes muito prestigiada, o reality show tinha uma edição mais curta, focando apenas num resumo dos acontecimentos do dia na casa. Isso mudou a partir da criação do Jogo da Discórdia, uma dinâmica que servia como uma espécie de “lavação de roupa suja” dos brothers.

Quando começou, o Jogo da Discórdia era mais, digamos, “inocente”. A mecânica da atividade era mais simples e ligeira, até para não atrasar demais a programação. Mas, aos poucos, o jogo foi ficando mais encorpado e ganhando status no game, tornando-se uma das marcas do reality. Este aperfeiçoamento chegou ao ápice no BBB 22, no qual o Jogo da Discórdia se tornou determinante.

Atualmente, o jogo que propõe que os participantes assumam posições incômodas diante de seus adversários ocupa um grande espaço dentro da edição de segunda-feira do BBB 22. Virou um evento, aprofundando-se cada vez mais no propósito de desestabilizar os jogadores. Tanto que pesou a mão na semana passada, ao promover um show de horror e humilhação pública com a dinâmica do banho de água suja.

Mas, mesmo quando não apela tanto, ainda assim o Jogo da Discórdia rende brigas e discussões acaloradas. Ao vivo, Tadeu Schmidt precisa mediar uma batalha verborrágica, com os brothers em estado de tensão e buscando expor suas pendengas. E o BBB 22 tem “caprichado” no aperfeiçoamento do jogo, e até batimentos cardíacos são expostos no momento da discussão.

Assim, o BBB 22 tem ficado cada vez mais parecido com os telebarracos que povoaram a televisão brasileira há alguns anos. No clássico Márcia, exibido no final dos anos 1990 no SBT, os participantes sempre levantavam a voz e, quase sempre, saíam no tapa em pleno palco. João Kleber também já mediou conflitos de casais na RedeTV!. E Christina Rocha segue este legado no Casos de Família, numa versão até light comparado ao que foi visto no passado.

A Globo nunca teve um telebarraco para chamar de seu. Mas o BBB 22 tem cumprido esta cota “com louvor”. O bate-boca das noites de segunda-feira pode não se enquadrar no clássico “padrão Globo de qualidade”, mas, sem dúvidas, coloca qualquer Casos de Família no chinelo.

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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