Crítica

BBB 22 apela para a baixaria na tentativa de driblar a monotonia

O reality show da Globo nivelou por baixo para tentar se reerguer

Publicado em 16/02/2022

O BBB 22 tem penado diante do elenco da edição. Os participantes parecem não estar muito interessados no jogo e sem qualquer interesse em se posicionar dentro do programa. Pelo jeito, o “cancelamento” de artistas que participaram da edição passada ainda ecoa pela mansão do Projac, e as pessoas estão com medo de se expor. O resultado é um programa morno, sem grandes emoções.

Neste contexto, o Jogo da Discórdia da última segunda-feira (14) foi feito sob medida para tirar os “brothers” de cima do muro no qual eles teimam em ficar. A ação consistia em colocar um participante acusando o outro, e os demais deviam julgar se a acusação era procedente ou não. Se a maioria votasse “sim”, o acusado tomava um banho de água suja. Mas se o resultado fosse “não”, o banho era no acusador.

Ou seja, a “brincadeira” forçava os participantes a tomarem uma posição. Afinal, quando não estavam acusando (e nem sendo acusados), estavam opinando sobre a acusação alheia. Além de serem obrigados a tomar partido sobre um ou outro lado, eles ainda tinham que assistir a um espetáculo de humilhação. Sim, porque banho de água suja em público não tem outro propósito a não ser depreciar quem estava ali.

O resultado foi alcançado em partes. Mesmo obrigados a se posicionar, os “brothers” votavam “não” na grande maioria das vezes, preferindo não avalizar acusações que pudessem comprometê-los. Por outro lado, o banho de água suja serviu para despertar os piores sentimentos dos jogadores, e os ânimos ficaram mais do que exaltados.

Deste modo, o Jogo da Discórdia se revelou uma grande apelação. O espectador do BBB 22 testemunhou uma espetáculo triste e agressivo, como há muito tempo não se via no horário nobre da TV aberta, ainda mais na Globo. Nem mesmo os terríveis telebarracos que dominaram a TV no fim da década de 1990, como Márcia, do SBT, ou Ratinho Livre, da Record TV, chegaram a tanto.

Tanta animosidade acabou levando o jogo às vias de fato, já que o Jogo da Discórdia provocou a expulsão de Maria, que atingiu Natália com um balde na cabeça quando jogava a água suja na “acusada”. Ou seja, o BBB 22 validou a máxima que diz que “violência gera violência”.

A atividade do BBB 22 fez lembrar os momentos de angústia que o início do BBB 21 proporcionava ao público ao exibir cenas terríveis de violência psicológica. O programa da Globo desceu muito baixo desta vez. Bola fora.

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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