Um jornalista da TV Cidade, afiliada da Record TV no Ceará, foi denunciado por racismo e homofobia no fim desta semana, após recorrer a termos racistas e homofóbicos para criticar, na internet, um apoiador do presidente Jair Bolsonaro.
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Tudo começou com um comentário de José Filho, apresentador do programa Cidade 190, em uma imagem publicada no Instagram pela Revista Ceará. “Tanta bosta junta numa foto que travou o feed”, ironizou ele sobre a publicação, que mostrava Bolsonaro acompanhado por sua comitiva em recente passagem pelo estado.
Foi quando certo internauta, de nome Bruno Ferreira, rebateu a crítica de Filho no mesmo tom. “Compra um iPhone que dá certo“, sugeriu. “Preto, pobre e homossexual, que não respeita de onde veio e ainda defende quem odeia gente igual a ele“, contra-atacou o comunicador da TV Cidade.
De acordo com o jornalista Gabriel Perline, do portal Notícias da TV, Ferreira se sentiu ofendido com a resposta de José Filho e registrou ontem (sexta-feira, 26) um boletim de ocorrência contra o jornalista, a quem processará por racismo e homofobia.
“Meu cliente chegou revoltado no meu escritório. Não esperamos esse tipo de comportamento de ninguém, muito menos de quem tem um poder de influência e um microfone aberto em uma grande emissora“, declarou o advogado de Ferreira, Helano Pontes, à referida publicação.
Nota de repúdio
Em virtude da repercussão do caso, a TV Cidade ordenou a leitura de um editorial na edição de hoje (sábado, 27) do programa Ceará No Ar.
“Discordâncias e contrapontos compõem a sociedade desde os primórdios. Mas há algo sobre o qual o Grupo Cidade de Comunicação jamais abre mão: o respeito. Respeito a todas e a todos. Independente de raça, credo, ideologias, preferências, gostos e orientações“, declarou a apresentadora Adriana Dias.
“E é por isso que o Grupo Cidade, através deste editorial, repudia com veemência toda e qualquer postura que vai na contramão do respeito à diversidade de pensamentos, comportamentos e manifestações. Não apoiamos nem aceitamos qualquer comportamento discriminatório. Porque o respeito à dignidade humana está acima de qualquer coisa“, concluiu.