“Aceitei sem saber o que era”, relata Milhem Cortaz sobre alegria ao receber convite para atuar em O Sétimo Guardião

Publicado em 01/11/2018

Com uma carreira consolidada, Milhem Cortaz se prepara para atuar em sua primeira novela na Globo. Em O Sétimo Guardião, próxima trama das 21h, ele será Machado, um delegado que mantém modernos costumes. Um deles é usar calcinhas.

O ator conversou com o Observatório da Televisão durante o evento de apresentação da trama e falou sobre o convite, e complexidade do personagem. Ele ainda garantiu que possui diversas semelhantes com Machado.

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Como foi o convite para participar de O Sétimo Guardião?

“O Aguinaldo Silva me ligou e me convidou há mais ou menos 1 ano. Estava finalizando as gravações de A Terra Prometida, ele me perguntou quando meu contrato com a Record acabava, e eu disse que não tinham me chamado para renovar”.

E você ficou surpreso?

“Me senti honrado porque nunca imaginei que o Aguinaldo fosse ligar para mim e me convidar para fazer um personagem tão complexo e tão divertido. Agradeço a ele e te confesso, todos os dias quando entro e saio do estúdio, a pergunta que me vem à cabeça é: o que o Aguinaldo vai achar? Estou fazendo para ele”.

Quando ele te convidou ele já falou como seria o personagem?

“Não. Eu aceitei sem saber o que era. E ele me disse ‘Fica tranquilo’, e eu respondi: ‘É teu. Sendo teu, eu vou fazer’. Mas eu só soube o que seria pela mídia. Quando eu soube o negócio da calcinha foi lendo na mídia. Aí mandei uma mensagem para o Patrício, secretário dele e perguntei se era verdade, e ele respondeu que sim. Eu não sabia e fazia questão de não saber. Eu acho que ele tentou me contar uma vez, mas eu disse ‘Aguinaldo, se vazar eu não sei, então não quero participar disso’”.

Composição do personagem

Como foi a composição para esse personagem? Como foi pesquisar e entende-lo?

“É viver o dia a dia de hoje. Estamos numa discussão sobre diversidade, respeito, liberdade. Na minha opinião ele é um personagem livre, porque ele é casado com uma mulher aspirante a atriz, usa calcinha, e eles não têm amarras. Não têm filhos, são casados há muitos anos, então são dois personagens modernos para essa cidade. Ele é um cara aberto, então eu trouxe muita coisa minha, que misturasse humor, afinal acreditei que através do humor é mais fácil as pessoas entenderem temas complexos, ao mesmo tempo queria que fosse verdadeiro, e a única forma de ser verdadeiro é me entregar na situação. O personagem tem muita coisa minha”.

Por exemplo…

“O feminino. Eu sou um cara feminino. Não aparentemente, mas no meu íntimo, dançando com meus amigos. Não é questão de chorar porque todo mundo chora, é questão de delicadeza. Eu sou uma pessoa delicada, sou um puta pai, tenho coisas que só as pessoas mais íntimas de todas conhecem, e é isso que estou tentando fazer. Me expor da mesma forma que me exponho usando calcinha na frente de todo mundo, que vão descobrir, e é uma coisa muito íntima minha, o paralelo que faço é esse que vou me expor e me abrir para todo mundo. Todo mundo vai conhecer uma coisa que era muito íntima minha”.

Milhem Cortaz fala sobre sensação de usar calcinha em cena

Como é usar calcinha?

“É normal cara. Eu estou há três meses usando calcinha todo dia. Porque tem que parecer normal para o personagem, é um cara que só usa isso, tem que ser confortável para ele”.

Você está preparado para o público? É a sua primeira novela na Globo, em um personagem que terá alta repercussão…

“Sinceramente eu não penso nisso. Penso que estou num lugar que tem tanta gente boa, que o mínimo que posso fazer é tentar manter o mesmo nível de qualidade. É a única coisa que tento é passar o que preciso passar com esse personagem e agradar o Aguinaldo porque faço para ele, e jogar no nível dos meus parceiros”.

Flávia Alessandra

Como é contracenar com a Flávia Alessandra?

“A gente fez pouca coisa até agora. Essa semana que iremos gravar no nosso estúdio. Ela é uma parceiraça, sabe muito de televisão, super maluca no sentido de liberdade de se jogar. Muito parecida comigo nesse sentido. É uma pessoa que olha no olho e diz ‘Tamo junto, vamos jogar e vamos ganhar’. Com isso, eu não preciso de mais nada. É uma relação muito delicada, homem e mulher. A gente entendeu esse limite e está super livre para ultrapassar, dar opinião um para o outro e discutir as coisas. Estou muito feliz com todos os meus parceiros dos meus núcleos.

Estou muito feliz também com essa equipe do Rogério Gomes. Igual a esse cara, eu nunca vi. De uma generosidade e de um cuidado, de uma abertura, de entendimento, de te deixar relaxado e te proteger, caraca… é um outro tipo de lugar. Uma coisa que dizem brincado é vou me mal acostumar”.

Você está em algum projeto paralelo à novela?

“Nenhum. A novela já toma meu tempo demais, não estou conseguindo nem ver minha família. Antes da novela fiz antes Cano Serrado, Intimidade entre Estranhos, e o Cine Holyúdi 2”.

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano

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