FUTILIDADES

Super-Ricos na Coreia: o retrato polêmico da opulência na Netflix

Uma análise crítica do novo reality show sul-coreano, que revela mais do que extravagância

Publicado em 07/05/2024

O reality show Super-Ricos na Coreia é a nova aposta sul-coreana da Netflix, trazendo uma proposta audaciosa e, ao mesmo tempo, questionável. Isso porque a série se dedica a expor o dia a dia de cinco milionários que escolheram a Coreia do Sul como lar. A premissa é simples: revelar o extravagante estilo de vida de estrangeiros super-ricos em solo coreano.

Ao longo de seis episódios, acompanhamos cinco personagens com origens diversas: Kim Anna, da nobreza paquistanesa; o magnata singapuriano David Yong; o herdeiro italiano Teodoro Marani; a influenciadora iraquiano-emirati Noor Naim; e a jovem influenciadora coreana Yoo Hee-ra. Eles compartilham não apenas uma fortuna exorbitante, mas também um profundo apreço pela cultura coreana, que os motivou a estabelecer-se em Seul.

De acordo com a crítica do Flixlândia, o novo reality show da Netflix, rapidamente se torna monótono. O primeiro episódio introduz os protagonistas em grande estilo, com cenas de David Yong viajando em seu jato particular e Kim Anna organizando um evento de gala. No entanto, o fascínio inicial com a opulência dá lugar à repetição e à superficialidade.

A partir do segundo episódio, a série tenta inserir elementos de profundidade, como a história de Teodoro Marani, que abdicou de sua posição na empresa de família para explorar sua paixão pela culinária coreana. Apesar disso, tais tentativas são breves e mal exploradas, com conversas que mal arranham a superfície de suas verdadeiras motivações e desafios.

O quarto episódio busca introduzir um toque de humor e humanidade com um encontro às cegas que acaba sendo um desastre cômico, mas mesmo essa tentativa se sente deslocada e forçada. Os participantes, embora visivelmente desconfortáveis, continuam a projetar uma imagem de desapego e privilégio que dificulta a empatia do espectador.

O ponto alto do programa — e talvez o mais criticado — é a completa falta de conexão dos protagonistas com a realidade da maioria dos espectadores. Em um mundo que enfrenta crises econômicas severas, assistir a multimilionários discutindo se devem comprar um carro esportivo ou uma joia rara pode ser não apenas alienante, mas também ofensivo.

Apesar de tecnicamente bem produzido e ocasionalmente divertido, Super-Ricos na Coreia falha em justificar sua própria existência além de uma vitrine fugaz para a riqueza. O reality não oferece um olhar genuíno sobre quem são essas pessoas para além do dinheiro, não alcançando um equilíbrio entre entretenimento e empatia, essencial em obras do gênero.

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