Chamou a atenção a data escolhida pela Netflix para lançar a quarta temporada de Cobra Kai: 31 de dezembro de 2021. A estreia de uma série tão emblemática poderia ser ofuscada pela farra de final de ano, um feriado universal. Mas isso não aconteceu. A atração filhote da franquia Karatê Kid bombou e assumiu o posto de programa mais visto da plataforma assim que os novos episódios chegaram.
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No primeiro dia de 2022, Cobra Kai apareceu como a atração número 1 no ranking top 10 da Netlfix brasileira, à frente do filme Não Olhe para Cima (2021) e da novela infantil Carinha de Anjo.
Há uma razão para o tremendo sucesso, mesmo no último dia do ano. Não importa qual tipo de festa no Réveillon, a TV ligada é uma presença certa, na sala ou na cozinha. Sem contar o fácil acesso à Netflix em um aparelho celular. Se a opção de passatempo foi uma série, Cobra Kai caiu como uma boa pedida.
Despretensiosa, a trama é muito fácil de acompanhar, com diversas soluções previsíveis, que mesmo o espectador inexperiente consegue antecipar. Isso torna a experiência televisiva mais leve, sem ser necessária a dispensa de uma atenção exclusiva.
Embora haja a abordagem de temas densos, tipo bullying e abandono parental, Cobra Kai tem um jeito de tratar tais questões sem uma dramaticidade carregada, evitando a exposição mais dilacerante dessas situações, apontando a superação como saída.
É uma típica construção de cena de filmes voltados à família, como se estivessem em uma sessão da tarde.
Rivais, mas aliados
A história da quarta temporada contribuiu a esse clima de positividade. Adversários, Johnny Lawrence (William Zabka) e Daniel LaRusso (Ralph Macchio) tiveram de reunir dojôs rivais em prol de um inimigo em comum: o Cobra Kai, comandado por John Kreese (Martin Kove).
A narrativa adotou o caminho de superar as adversidades na base do “maior é o que nos une do que o que nos separa”. Essa estratégia serviu tanto para desenvolver ainda mais a relação prioritária da série, entre os protagonistas Johnny e Daniel, assim como avançar e adentrar nas boas histórias retiradas do núcleo adolescente.
O resgate de um vilão clássico, o grandão Terry Silver (Thomas Ian Griffith), antagonista de Karatê Kid 3: O Desafio Final (1989), só colaborou para a boa trama da quarta temporada, preparando o terreno para um torneio agitado e importante entre os caratecas da série.
Tudo isso foi amarrado em episódios curtos (apenas o último ultrapassou a marca dos 40 minutos), o que só facilitou ainda mais a maratona. A Netflix tem lá os erros dela, mas também acerta em vários detalhes ao produzir uma atração. Cobra Kai é um exemplo; já está com a quinta temporada confirmada.
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