Crítica

A Casa do Dragão permanece apressada, mas garante qualidade pelo elenco

Análise do sexto episódio da série derivada de Game of Thrones

Publicado em 27/09/2022

Para aqueles mais afoitos, chegamos na hora desejada: a Dança dos Dragões deu seus primeiros passos!

Caso desconheçam, Dança dos Dragões é como foi apelidada a guerra de sucessão do clã Targaryen, ainda liderado pelo adoentado Rei Viserys I (Paddy Considine).

Dez anos se passaram e tivemos algumas mudanças de elenco, porém, permanecem alguns dos problemas da primeira fase de A Casa do Dragão – disponível na plataforma HBO Max.

A frequência narrativa está acelerada demais, enquanto aposta naquele velho truque barato de atrair e chocar o assinante com algumas baixas entre os personagens. Algo já muito praticado na série original Game of Thrones.

Sobre homens vis

Em ‘O Príncipe Canalha’, vimos Rhaenys Targaryen (Eve Best) cantar a bola – “Os homens prefeririam atear fogo no Reino do que ver uma mulher ascender ao Trono de Ferro.”

Uma década se foi, e tudo o que A Casa do Dragão quer fazer é mostrar que nada mudou em todo este tempo. Algo similar à nossa sociedade, lamentavelmente.

A (qualificada) cena onde presenciamos duas mulheres que permanecem em pé, quando todos os outros homens estão sentados, consegue dois feitos: primeiro, classificar a força de ambas presenças inquestionáveis, no caso, Rhaenyra (Emma D’Arcy) e Alicent (Olivia Cooke); e segundo, demonstrar o constrangimento e desrespeito masculino no momento que a Princesa Rhaenyra começa a aleitar, molhando a parte frontal de seu vestido.

O Rei, o Príncipe, o futuro Rei-Consorte, o “Cavaleiro Protetor”, e principalmente, Larys Strong (Matthew Needham), asseguram pela ignorância, condescendência, desinteresse, inveja ou pura monstruosidade, que Rhaenyra, Alicent ou outra mulher não terão sua vez e espaço neste ou em qualquer outro tempo.

Trocas na volta para o segundo tempo

Saem Milly Alcock e Emily Carey; entram Emma D’Arcy e Olivia Cooke, respectivamente.

Apesar de A Casa do Dragão pisar no acelerador mais do que deveria, conta com a sorte de ter em seu elenco, alguns atores que mantêm as coisas em bom nível, quando a escrita (infelizmente) deixa a desejar.

Se alguns derem falta das atrizes que encarnaram às versões mais jovens da Princesa e a Rainha: podem ficar tranquilos, pois D’Arcy e Cooke chegaram de voadora com as duas pernas na porta!

Melhor: ambas versões apresentam gratificantes diferenças que, certamente, ajudarão a entornar o caldo, complicando mais as coisas e transfigurando todo o contexto que envolve a tal Dança dos Dragões.

A despeito dos homens vis, lembremos que temos duas mulheres (nada ingênuas) no meio do salão!

Para assistir A Casa do Dragão, cliquem e assinem o UOL Play para conferir o melhor da HBO Max.