Crítica

A Casa do Dragão finaliza temporada abordando a natureza das feras e do homem

Análise do décimo episódio da série derivada de Game of Thrones

Publicado em 24/10/2022

Encontraremos uma dicotomia em ‘A Rainha Preta’!

Por um lado, observaremos a chance perdida após ‘O Rei das Marés’ em dividir os dois capítulos finais para cada um dos lados dessa guerra prestes a iniciar, no caso, verdes contra pretos. Pontuando que nesta ação, afastaram-nos do cerne emocional de todo esse conflito: Alicent (Olivia Cooke) e Rhaenyra (Emma D’Arcy).

Agora, algo de muito positivo pôde ser fisgado deste episódio final da temporada, pois surgiu a ameaça mais perigosa desta Dança dos Dragões. E não é uma das várias feras de fogo vistas nesta primeira parte da série de sucesso da HBO Max.

A Casa do Dragão 1
Rhys Ifans como Otto Hightower em A Casa do Dragão

Dragão contra dragão

Para aqueles sedentos por uma cena de ação com dragões, saibam que chegou o momento!

Teremos uma pequena e breve amostra do que provavelmente será algo mais recorrente pela segunda temporada de A Casa do Dragão – ainda sem qualquer previsão de estreia.

Aproveitando-se de um cenário que soube fazer bom uso de luz e sombra, tivemos uma cena de perseguição um tanto quanto tensa, algo que apesar de sucinto, cirúrgico acima de tudo. Em especial, por mostrar, novamente, a insegurança masculina que reina pelos personagens dessa história.

A Casa do Dragão 2
Daemon (Matt Smith) e Rhaenyra (Emma D’Arcy) em cena de A Casa do Dragão (HBO Max)

O canto da sereia

Em um determinado momento de ‘A Rainha Preta’, testemunharemos Daemon Targaryen (Matt Smith) como que dentro de uma caverna gigantesca. Enquanto caminha segurando uma tocha para iluminar seu trajeto, canta graciosamente, quase que como uma canção de ninar.

É pela doçura de seu canto que percebemos o terror que se avista em A Casa do Dragão. (Muito) mais perigoso que as rajadas de fogo no ar, são as palavras sussurradas por Smith como Daemon, que acerta a mão em cheio ao se apresentar como uma figura benevolente e cruel na mesma medida.

Um homem também de enormes inseguranças, incitador e vítima da guerra que se recolhe em seu corpo, sinalizando que tal conflito está prestes a sair de dentro. E, quando isso acontecer, sai de baixo!

Sua esposa Rhaenyra – que sempre teve homens péssimos ao seu lado, começando pelo seu ignorante pai – já sentiu isso na pele, lamentavelmente.

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