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ENTREVISTA

Vladimir Brichta relembra Mariana interpretada por Adriana Esteves em Renascer e defende a atuação da esposa: “Passou por uma experiência muito difícil”

Ator também explicou a composição visual de seu personagem Egídio no folhetim da TV Globo

Publicado em 09/05/2024

O ator Vladimir Brichta, de 48 anos, abriu o jogo sobre a sua participação no remake de Renascer e o motivo pelo qual aceitou interpretar o vilão Egídio na obra adaptada por Bruno Luperi. Em entrevista ao podcast Papo de Novela, o artista relatou que estava disposto a dar uma pausa em sua carreira na atuação, mas que acabou balançado pela chance de participar de uma das novelas mais clássicas da teledramaturgia.

“Eu não esperava voltar a fazer novela tão próximo à última, que foi Quanto Mais Vida, Melhor!, gravada toda durante a pandemia, um período muito difícil para todo mundo. Então, foram 153 capítulos sem a gente ver no ar. […] Foi desgastante e exaustivo, embora fosse uma comédia. A gente fez com o maior carinho e dedicação. Mas isso fez com que eu pensasse que eu poderia respirar e dar um tempo de novela, foi uma experiência intensa. Mas aí pintou Renascer”, afirmou o ator.

Vladimir Brichta também explicou o motivo de ter aceitado entrar no folhetim do horário nobre da TV Globo e defendeu a atuação de sua esposa Adriana Esteve no papel de Mariana, na obra exibida nos anos 90.

“Tem o fato de que a Adriana (Esteves) fez essa novela. Adriana minha esposa, uma das maiores atrizes desse país. Ela fez essa novela e passou por uma experiência muito difícil e incomum. Na época, tiveram algumas críticas. Ela disse que foram muitas, mas fui pesquisar e falei: ‘Foram não, era meia dúzia, ainda mais porque não existiam redes sociais.’ Eram dois, três jornais. E dois, três críticos colunistas que implicaram. Até porque se você for assistir novamente à novela, ao que ela fazia, não só era muito bom como que dialogava com a própria linguagem que o Luiz (Fernando Carvalho) propunha, que era uma linguagem ultrapoética, com a fotografia do Walter Carvalho, absolutamente brilhante e revolucionária para a televisão, e com personagens que eram muito arquétipos, que hoje a gente frequenta de forma mais realista. E a Mariana era quase a Lolita, ela é um pouco esse arquétipo dessa figura proibida e que excita. Tinha um barato ali proposto pelo Luiz muito forte e potente. E acho que as pessoas não entenderam na época”, analisou ele.

Ainda na entrevista, o ator falou sobre a composição do visual de seu Egídio e relatou que lutou para que o vilão tivesse barba na novela, já que no início a figurinista Marie Salles apresentou o personagem a ele como um homem sem barba e de cabelo comprido.

“Eu estava deixando a barba crescer e meio que batalhei por isso. […] A barba é associada ao universo rural, alguém que não se preocupa, que não tem tempo de ficar se barbeando, etc. E isso, a princípio, não estava proposto. Mas eu insisti porque eu achava que esse personagem, de alguma forma, como estava voltando para a fazenda que ele só veraneava, poderia emular a imagem de um fazendeiro. Ou seja, como ele é uma figura que vive muito de aparência, poderia facilmente ter pensado em criar uma aparência de uma pessoa séria, que trabalha na fazenda. E por fim, como eu não tinha aparecido em televisão com a barba grande, achei que seria muito legal essa novidade, esse frescor, achei que beneficiaria, causaria um certo estranhamento na imagem que corroboraria com a leitura do Egídio para o público”, completou Vladimir Brichta.

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