Nesta sexta-feira (01), o Globo Repórter fala da relação dos escritores com os fãs, da importância da leitura na infância, dos desafios que os autores enfrentam para lançar seus livros e dá dicas para quem deseja seguir na profissão. Os leitores se identificam cada vez mais com autores e personagens, fazendo com que a representatividade seja pauta constante nas maiores feiras literárias do país.
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Enquanto o público formado por jovens leitores cresce cada vez mais, os autores preferidos deles têm se tornado verdadeiros pop stars. Como a baiana Elayne Baeta, de apenas 26 anos, ovacionada pelo público jovem na Bienal do Livro. Ela é autora de O Amor Não É Óbvio, um romance lésbico juvenil que já vendeu mais de 100 mil exemplares. À repórter Lilian Ribeiro, ela conta como é lidar com um tema ainda delicado para os mais conservadores. “A gente vai com a cara e com a coragem, com muito amor no peito, porque a gente que é autor LGBTQI+ publica livro para representar pessoas. Então, quando isso se transforma numa multidão gritando o seu nome é uma coisa muito bonita”, afirma.
O programa destaca ainda que o prazer da leitura deve ser semeado já na infância. Adriel Bispo, de 16 anos, começou sua experiência com a literatura com o incentivo da mãe. Aos 12, passou a falar de livros nas redes sociais e hoje soma mais de 430 mil seguidores. Recentemente, lançou o seu primeiro livro, Voando entre sonhos, onde se descobriu protagonista, com um perfil parecido com o de muitas crianças brasileiras. “Crianças pretas não se viam muito nem nas telas de televisão, nem páginas de livros ilustrados. Quis trazer essa representatividade para eles, porque eu também não me via”, conta.
“Foi muito importante trazermos à tona esse momento especial do mercado editorial brasileiro. Sempre ouvimos que o brasileiro não lê, mas a verdade é que cada vez mais os brasileiros estão lendo e os números do mercado editorial mostram isso. Só que o programa vai além dos números. Vamos mostrar o comportamento dos leitores. Agora existe o leitor fã, que com as redes sociais e os eventos literários, tem a possibilidade de chegar mais perto desses ídolos da literatura. Se antes existia uma distância maior entre autor e leitor, ela está sendo cada vez mais estreitada”, afirma a repórter Lilian Ribeiro.