A atriz e comediante Fernanda Torres, de 58 anos, relembrou o início de sua carreira na televisão e a pressão que sofreu para obter o mesmo sucesso de seus pais, Fernando Torres e a atriz Fernanda Montenegro. Em entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura, a artista relata que sentiu uma pressão para ser a sucessora de sua mãe nas telinhas e que aprendeu a reconhecer o seu próprio espaço dentro de sua profissão.
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“No início, o cinema me escolheu, eu fiz quatro filmes seguidos e os meus pais não estavam no cinema, então eu me senti no local próprio. Meus pais fizeram a loucura de me dar o mesmo nome deles. Eu passei muito tempo achando que a saída para mim era ser substituta da minha mãe, e com sentimento de se eu não estivesse caminhando para isso, eu ia falhar”, contou a atriz.
Fernanda Torres relatou que foi se distanciando com o tempo da pressão que existia para ser a substituta oficial de sua mãe, considerada a maior atriz brasileira de todos os tempos. “Com o tempo eu fui vendo que não precisava virar ela, e também fui fazendo outras coisas, fui me distanciando. E eu também acho que eu não tenho a vocação de atriz da minha mãe“, relatou ela.
Ainda na entrevista, a artista relembrou a sua frase no Roda Viva de 1992, onde dizia que tinha preconceito contra crentes e enfatizou que jamais repetiria esse pensamento nos dias de hoje. “Jamais repetiria isso hoje. Os evangélicos ocuparam um lugar que o estado não ocupou. Eu acho triste que demonizam as religiões de matriz africana, acho triste isso no Brasil. Eu lutaria por um culto evangélico que fosse sincretista“, completou Fernanda Torres.
