Mylla Christie fala sobre sua personagem em As Aventuras de Poliana: “Ela tem as peruísses dela, mas é totalmente do bem”

Publicado em 18/05/2018

Depois de uma participação em Carinha de Anjo no SBT, Mylla Christie volta as novelas com um papel maior em As Aventuras de Poliana. Mas dessa vez ela terá um personagem bem diferente de tudo que já fez. Na pele de Vitória, a atriz será uma mulher exageradamente alegre, mas numa família onde o marido, Roger (Otávio Martins), e a filha, Felipa (Bela Fernandes) são vilões. Ela ainda terá o filho Guilherme e a cachorrinha Vida, sua companheira constante.

Radiante com o novo trabalho, a atriz contou em entrevista ao Observatório da Televisão  como foi construir a personagem que terá voz de criança e será uma mulher cheia de futilidades.  Mylla ainda ressaltou que, apesar de ter ficado um tempo longe da TV, nunca saiu do ar, já que vários trabalhos seus na Globo vem sendo reprisados.

Leia também: RedeTV! vira o segundo canal mais visto do YouTube brasileiro fora do Brasil e emissora comemora

Você acha que o SBT olha para as crianças com uma atenção maior que as outras emissoras?

Acho que é a única que faz esse tipo de trabalho na TV aberta. Eu sou mãe, sou fã do SBT, e é meu sonho estar aqui. Agora eu estou fazendo a Verônica que é extrovertida, alegre, feliz e muito engraçada. Eu fui apresentadora do Clube da Criança, gravei dois CDs e eu dançava, cantava, eu adorava. E eles (as crianças) são assim, ou amam ou odeiam.

E o público do SBT é um público muito fiel, eles tem te assediado?

Eu fiquei muito tempo fora de rede social, porque eu achava que o ator que tivesse  o sucesso que eu já tenho já devia chegar em outro patamar, não é verdade? Engraçadinha, de Nelson Rodrigues, 68 pontos de Ibope. Como traduz isso? Nada, nada. Tive que começar tudo de novo. Então eu fiquei muito revoltada porque tinha que começar tudo de novo, mas agora chegou a Verônica na minha vida, que eu espero que a criançada ame, adore. É bacana a tecnologia, é uma coisa nova e eu vou mergulhar nesse mundo. Vou fazer de tudo para a criançada ficar mais perto de mim.

Você ficou um tempo fora das novelas e está voltando fazendo comédia, como é isso para você?

Eu tava muito tempo com o sonho de fazer comédia. Eu fiz comédia, pra quem lembra, que é da minha época, Comédia da Vida Privada com Marco Nanini e Paulo Betti e o texto do Luiz Fernando Veríssimo. Foi uma pequena participação e nunca mais fiz comédia. Sabe quando você não está mais encantada com muita coisa. Eu fiquei num projeto de teatro, fiquei meio afastada. Ano passado repetiu Senhora do Destino, então eu não tava fora do ar. E o Viva também repetiu Meu Bem, Meu Mal. Então eu não saí do ar.

Qual foi seu último trabalho na TV?

Foi José do Egito, na Record, aí depois eu fiquei fazendo teatro, cansei.  Eu não quis mais. E aí, acreditem ou não, eu fiz o jogo do contente, e comecei a trabalhar muito com essa coisa de voltar com uma coisa nova, na minha cabeça e fora da minha cabeça, com pessoas, com coach, treinar,  voltei a cantar, voltei a dançar. E de repente apareceu o convite.  Isso aí pra mim é com o universo. Eu conspirei, o universo que me trouxe.

Fala mais um pouco da personagem.

Eu estou apaixonada. Ela é o empoderamento feminino, ela é mulher, ela é do bem. Ela não é só uma perua, ela é fútil, ela causa. A Verônica, vai entrando. Ela vai ter um momento agora que ela vai mostrar a coisa do nariz, que é um negócio que eu nunca vi na minha vida, vocês também não. Não é para falar, eu acho. Vocês tem que assistir, é muito louco, eu estou horrorosa. Eu gravei vários vídeos para colocar na internet falando que eu abri mão da minha vaidade, totalmente de toda moral e amoral por conta daquele nariz. Vou te contar, me deu muita personalidade, aliás a Verônica ganha personalidade com esse nariz. Depois ele some, são só alguns capítulos. Vocês verão Verônica, ela é de outra prateleira.

Ela é mãe de quem?

Ela é mãe da Bela Fernandes (Filipa), que é incrível, vilã e está arrasando nessa novela, e do maravilhoso Lawran (Couto), que é o Guilherme, que faz o triângulo com a (Flávia) Pavanelli e a Larissa Manoela, e a minha filha mais nova é a Vida (a cachorrinha), que sabe o texto mais que todo mundo.

Você está empolgadíssima, né?

Eu estou. Eu estou amando fazer. Já tive, por coincidência, em uns esquetes que eu criei de comédia, a Verônica. Era o nome de uma personagem que eu criado, de esquete de Pocket Show. Ela é venezuelana e tem umas falas malucas. Foi muita coincidência. E a Verônica (da novela) tem umas frases de efeito. Ela fala todo dia: ‘Bom dia! Que lindo dia!’. Porque a família é monstro, né? O Otávio Martins faz meu marido e é um vilão. E a minha filha é vilã. O único normalzinho é o Guilherme. Então a família monstro e ela é totalmente do bem. Ela tem as peruísses dela, mas ela é totalmente do bem.

E você acorda animada assim igual a personagem?

Acordo. Eu tenho um pouco da alegria da Verônica. Na minha vida eu tive tantos desafios, tanta coisa que eu consegui superar, então, pra mim é tudo fichinha. Eu to aqui de passagem, eu acho que a alegria do ser humano é a melhor maneira de você viver. Se você tem alguma coisa que realmente te incomoda por saúde ou por fatalidade não está bem, mas se você achar dentro de você alguma coisa que faça você ter alegria, não tem como. Acredito no Clown, sabe o palhaço do circo? Quando eu fazia Clube da Criança o tema que a gente criou era o circo por causa do palhaço, que traz alegria para as crianças.

Foi antes ou depois da Angélica?

Foi depois, quando a Angélica saiu e reformou todo o clube e aí eu entrei com música e dança também, mas principalmente o circo, a ideia do palhaço, tinha esquetes de humor, era bacana, eu adorava fazer. Só que agora eu não estou voltando para o meu público infantil, porque meu público daquela época já está adulto. Mas eles estão tendo filhos. A Verônica, pra mim, eu acho que ela é uma criança. Tanto no trabalho de atriz, vocês vão ver o desenho que ela tem na voz, que é o baby voz, que é totalmente diferente da minha voz.

E como você fez para compor essa entonação de voz?

Eu tive que fazer fono, aula de preparador vocal, aula de canto, tudo pra preparar a minha voz pra fazer a Verônica. Não é fácil, ela grita, é sempre no agudo, e ela é igual a uma criança. Por isso que eu acho que ela é feliz.

Você virou meme durante a reprise de Meu Bem, Meu Mal, o que você achou da repercussão?

Eu to sabendo, você tá falando daquela com a Luma de Oliveira. Eu lembro quando eu gravei aquela cena, a Luma tava tão sem graça. Mas não foi eu que escrevi. O diretor falou vai. Eu acho que isso é modernidade, meme na minha época não existia. É você pegar o antigo e fazer uma releitura, é o máximo, né?

Você assiste essas reprises todas das novelas que você trabalhou?

Eu tenho tudo isso gravado. Eu posto algumas coisas quando pode. As vezes eu jogo uns pedaços de cenas que saem do ar, mas eu tenho tudo. Tenho em DVD e pen drive.

E o ator ganha alguma coisa com essas reprises?

Sempre. A Globo paga direitinho sempre. Todos os atores ganham em qualquer novela reprisada da TV Globo.  A Record também paga.

Você interpretou uma homossexual em Senhora do Destinos, na época chegaram a te ofender nas ruas?

Não, imagina, as pessoas me adoram.

A fama tem dois lados, tem algum momento da carreira que você ficou chateada com algum acontecimento?

Eu tenho 47 anos, então eu tenho uma estrada de muitas coisas na vida. Quando eu fui pro Japão, por exemplo. O preconceito que eu sofri como modelo. Eu sempre tive minha mãe me apoiando, do meu lado. Eu acho que essa parte do jogo do contente entrou na minha como parte de um todo. Eu tava pensando mesmo na infância, bem na infância. Antes de qualquer TV Globo da vida. Eu fui famosa com 10 anos.

E agora você está trabalhando para crianças.

Eu olho e me emociono. Eu trouxe minha mãe aqui várias vezes, ela já conversou com todo mundo. Porque minha mãe é um exemplo pra passa pra essas mães que estão aqui. De tudo que ela me ensinou quando eu estudava e trabalhava, e o pé no chão, aqui não pode, lá não vai. E tudo que eu sou eu devo a ela.

Seu filho (Arthur) já mostrou interesse na carreira artística?

Meu filho tem 6 anos, eu acho que por enquanto ele tá muito aberto a todas as possibilidade que a vida dele tem, ele é um menino que tem muitas atividades. Ele gosta de esportes, ele gosta de estudar, ele fala inglês. Ele ainda é muito pequeno pra saber mesmo.

© 2024 Observatório da TV | Powered by Grupo Observatório
Site parceiro UOL
Publicidade