Salve-se Quem Puder

Thiago Fragoso estreia às 19h em Salve-se Quem Puder: “Herói de comédia romântica”

Ele faz triângulo amoroso com Bruno Ferrari e Vitória Strada

Publicado em 16/01/2020

O trabalho em Salve-se Quem Puder tem um gosto de novidade para Thiago Fragoso. Com mais de 25 anos de carreira televisiva, o ator fará nesta obra de Daniel Ortiz sua estreia nos folhetins das 19h. Algo pra lá de desafiador para quem vem de uma série de trabalhos densos e dramáticos, como Babilônia (2015) e O Outro Lado do Paraíso (2017), ambas do horário nobre.

É uma estreia pra mim também. E eu tô curtindo muito isso, é outra vibe. Eu acho um barato! Como ator, não faço escolha de gênero. Me amarro em todo tipo de gênero dramatúrgico. Agora eu vou poder pela primeira vez fazer uma novela das 7 e me divertir com isso“, festeja o bonitão, que formará um triângulo amoroso com Vitória Strada e Bruno Ferrari.

OBSERVATÓRIO DA TELEVISÃO – Fale um pouco sobre o seu personagem em Salve-se Quem Puder.

THIAGO FRAGOSO – O meu personagem nessa novela se chama Alan. É advogado, viúvo, pai de três filhos adotivos e tem um avô que sofre de Alzheimer. Ele é o cara que tem que cuidar dessa família toda e tem muita dificuldade em fazer isso, principalmente desde que ficou viúvo. Não consegue conciliar o trabalho com a demanda de afeição, de carinho que as pessoas na casa dele precisam – até porque ele também tem se sentido muito mal. Mas é um cara muito legal, um cara que tem só amor no coração. Um cara que a gente vai torcer pra ver dando conta do recado.

Vários personagens nesta novela escondem seus mistérios. Seria o caso também do Alan?

Não. Na verdade, ele é um cara sem mistério nenhum, uma pessoa que é muito simples de entender. Uma pessoa muito boa, que há um ano se tornou viúvo – a maior tragédia da vida dele -, e tem três filhos que ele adotou junto com a falecida esposa – ele é estéril, não pode ter filhos. São três crianças de idades diferentes, então ele e a esposa fizeram uma grande investida nessa história. Quando perde a esposa, o Alan fica realmente sem chão, ele não consegue dar conta de suprir afetivamente aquela família. Em termos de grana, ele consegue, porque trabalha, consegue colocar dinheiro na casa. Mas suprir com amor é onde ainda tem dificuldade, porque ainda não conseguiu superar a morte da esposa. As crianças botam as babás todas pra correr, todo mês o Alan tem pelo menos três babás diferentes em casa. Ele diz toda hora: ‘lá vou eu contratar a terceira babá do mês’. E uma dessas babás será a Kyra (Vitória Strada), agora chamada de Cleyde, que vai trazer um pouco de leveza pra vida desse cara e vai ser, quem sabe, num futuro um envolvimento amoroso.

Você já fez vários advogados na sua carreira…

Sim. Eu oficialmente vou fazer a prova da OAB e tenho certeza que vou passar. [risos] Já fiz advogado do século passado, desse século, advogado que faz estágio, mas não vira advogado… Uma loucura! [risos] O lance de ser pai de três crianças é que acho que faz do Alan um personagem transicional pra mim, porque eu nunca fui pai [na ficção] de crianças tão grandes, sabe? Meu filho mais velho na história [Tarantino, personagem de Daniel Rangel] tem 19 anos. Então, pra mim isso é um barato, porque eu vou poder trazer essa experiência, essa referência amorosa que eu tenho como pai lá em casa, com o Benjamim [fruto de sua relação com a também atriz Mariana Vaz]. Agora vou ser pai pela segunda vez, de um menino.

Por falar nisso, já tem um nome em vista para o pimpolho?

Tenho, mas é segredo. Se eu falar, eu durmo no sofá. [risos]

Como pai, você deve achar muito louco o seu personagem criar três filhos sozinho, né?

Sim, é bem louco. O Alan tem muito amor, nunca fica em dúvida o amor que ele sente pelas crianças. Eu procuro especificamente colocar isso ali. O problema é que ele está num momento da vida em que ainda não sabe como lidar. Sozinho, ele não vai conseguir. Obviamente, as crianças estão sofrendo isso, o avô sofre com isso, e vamos ver como isso vai ser resolvido a partir daí. A Kyra vai resolver muita coisa nessa história.

O Alan é visivelmente workaholic. Você, Thiago, também é?

Também sou. Mas ator é aquela história: tem hora que você tem quatro trabalhos, tem hora que você tem só um… Então varia um pouco. O Alan, no caso, é um cara que tem que trabalhar muito, porque, quando adotou três crianças, teve que correr atrás. Tem toda essa questão aí.

Você está a todo vapor com a sua carreira musical agora, tendo, inclusive, acabado de lançar seu primeiro EP. Como vai ser para você conciliar esse outro trabalho artístico com as gravações da novela?

A gente já tem o disco todo pronto. Agora eu estou focando no lançamento da novela, mas a partir de fevereiro a gente vai voltar a lançar as músicas, lançar clipe. Tem muita coisa ainda pra gente fazer ao longo da novela, tem mais 10 canções para serem lançadas, então vai ficar muito legal.

O seu irmão, Rodrigo Fragoso, está junto nesse trabalho?

Ele está junto comigo nos shows. Ele gravou todas as guitarras e tal, mas o trabalho é meu. As músicas são minhas e tudo o mais. Gravei duas músicas dele que eu gosto muito e queria que estivessem comigo nesse momento, mas as outras são minhas.

Você gostaria de ter uma música sua na trilha de Salve-se Quem Puder?

Eu adoraria! Tem que falar com o Fred Mayrink [diretor artístico da trama]. [risos]

Como é o carinho do público?

É fantástico! Esse ano eu fiquei fazendo meu disco, cuidando do meu filho, podendo estar com ele o tempo todo – a gente está fazendo aula de bateria, aula de piano, aula de 500 coisas juntos… Foi legal ter esse tempo pra dar esse outro respaldo, né? O molecão está com 8 anos, então começa a fazer coisa pra caramba, começa a ter vontade de fazer muita coisa. Mas agora eu estou de volta!

Você já tem uma carreira consolidada como ator. O que você aprendeu durante essa jornada toda?

Nossa, muita coisa! Acho que o meu desafio total é conseguir gastar a energia necessária pra cada cena, pra cada trabalho. Porque a gente, como ator, gasta mais energia do que precisa, e aí sente aquilo no resultado final. Agora eu quero descobrir qual é a energia necessária pra eu fazer todas as coisas.

Como é pra você educar dois meninos num ambiente extremamente machista?

Eu acho que a coisa tem mudado nos últimos anos. A gente sabe – não todos os homens, obviamente – que a figura do pai hoje é diferente. Hoje em dia é um pai que participa, que troca fralda, que bota no peito, que tira do peito, que ajuda. Eu gosto muito disso, eu me identifico com essa figura paternal. Pego desde que nasceu, sou o primeiro a dar banho, primeiro a cortar unha, primeiro a fazer tudo. O Benjamim fala isso inclusive: ‘papai, você vai ser o primeiro a cortar unha do meu irmãozinho’.

O fato de você já ser pai, mesmo que de um garoto bem mais novo, ajudou a compor esse lado do seu personagem?

Com certeza! Eu sempre fui paternal, sempre fui um cara que tinha essa energia. Mas você ter um filho muda muito, amplia essa história dentro de você. Esse amor que a gente sente é um troço que você não imagina que pode sentir até você ter um filho. Ele está com 8 anos, então a gente já passou uma porção de coisas, né? Mas cada dia é uma nova descoberta, ainda mais agora, que ele está muito mais autônomo, podendo fazer as escolhas dele… Esses tempos ele fez um grupo de mensagem no iPad dele, pra falar com várias colegas. [risos] Então é muito engraçado vê-lo se comunicando. Essa geração é fantástica!

Como ele recebeu a notícia de que ganharia um irmãozinho?

Ele queria muito, pedia muito… Então ficou muito feliz.

Os seus filhos na novela têm nomes muito curiosos – Tarantino, Queen (Alice Palmar) e Mosquito (Ygor Marçal). Esses nomes têm algum significado?

Isso eu ainda tenho que perguntar pro Daniel [Ortiz, autor da trama]. [risos] Tarantino parece que é porque ele gosta muito dos filmes do Quentin Tarantino – mas aí virou um apelido, não sei qual é o nome real dele.

Você veio de O Outro Lado do Paraíso (2017), que era uma trama mais pesada…

Sim. Salve-se Quem Puder é a primeira novela das 7 que eu vou fazer. São 16 ou 17 novelas [em que já atuou] e nunca fiz uma novela das 7, então é uma estreia pra mim também. E eu tô curtindo muito isso, é outra vibe.

Como é essa transição, de ter saído de novelas pesadas, dramáticas, para fazer agora uma comédia leve?

Eu acho um barato! Como ator, não faço escolha de gênero. Me amarro em todo tipo de gênero dramatúrgico. Agora eu vou poder pela primeira vez fazer uma novela das 7 e me divertir com isso.

Vai haver comédia no seu núcleo da história?

Sim, embora não exatamente com meu personagem. Mas é uma comédia mais do dia a dia, da loucura que é a vida quando algo sai errado. O Alan não é um personagem cômico, mas ele passa por isso. Ele é um herói meio romântico, típico dos filmes de comédia romântica a que a gente assiste.

Como é para você representar esses homens brasileiros que são pai e mãe ao mesmo tempo?

Na verdade o Alan vai ficar pouco tempo nessa situação. Ele já está há um ano assim, mas não consegue sozinho, tem essa dificuldade. Vamos ver o que vai acontecer.

Como vai ser esse triângulo amoroso entre Alan, Kyra/Cleyde e Rafael (Bruno Ferrari)?

É, vamos ver como vai ficar pro personagem… Porque o Daniel [Ortiz] já disse que vai ser um triângulo amoroso que vai dar muito trabalho pra ele. [risos] São dois caras legais, e vamos ver para onde o público vai levar… Apesar que o Daniel é conhecido por fazer coisas que não necessariamente o público quer, então… [risos] Vamos ver o que ele decide, ainda tem pano pra manga aí.

(entrevista realizada pelo jornalista André Romano)

© 2024 Observatório da TV | Powered by Grupo Observatório
Site parceiro UOL
Publicidade