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Não rolou

Betty, a Feia em NY chega ao fim sem empolgar no SBT

Ao contrário das demais versões, este remake obteve recepção morna no Brasil

Publicado em 04/08/2020

Num ano de poucas novidades no SBT, Betty, a Feia em NY estreou como um sopro de vitalidade na grade do canal de Silvio Santos. Apesar de ser mais um enlatado, a produção trouxe um conteúdo inédito à faixa Novelas da Tarde, quase sempre tomada por reprises. E, além de inédito, trouxe um produto com uma roupagem moderna, diferente do que o público da emissora está acostumado.

A trama em si não é inédita. Trata-se de mais uma versão do clássico Betty, a Feia. Remake da obra de Fernando Gaitán que transportou a saga da secretária eficiente, mas pouco vistosa, para Nova York, a trama ganhou uma atualização das mais interessantes. Betty, a Feia em NY manteve a proposta da versão original, mas se mostrou mais antenada com os tempos modernos.

Ou seja, tinha tudo para dar certo. Afinal, todas as versões de Betty, a Feia exibidas no Brasil tiveram boa recepção. A versão original, exibida pela RedeTV! em 2002, foi um divisor de águas na emissora, colocando o então novato canal na disputa pela vice-liderança na audiência. Já as versões mexicana e estadunidense foram ao ar no SBT, também com bons resultados. Enquanto isso, a Record TV fez sua própria versão, Bela, a Feia, cuja reprise no ano passado incomodou o SBT.

Mas, curiosamente, Betty, a Feia em NY não alcançou grande repercussão na TV aberta brasileira. Mesmo com todas as qualidades já citadas, como a inteligente atualização e a produção caprichadíssima, a novela teve uma recepção morna no país. Por que será?

Made in México

O conservadorismo do público das Novelas da Tarde do SBT pode explicar o desempenho mediano. Trata-se de uma plateia formada pelo “supra sumo” das novelas da Televisa, que, normalmente, são dramalhões exacerbados, com aquele visual irresistivelmente cafona das novelas mexicanas.

Enquanto isso, Betty, a Feia em NY, uma produção da americana Telemundo, fez uso de uma iluminação mais naturalista, cenários realistas e uma ambientação que a aproximava de uma estética cinematográfica. Ou seja, tinha “cara de série”. A diferença estética pode ter causado estranhamento no público da emissora.

Felizmente, o desempenho mediano de Betty, a Feia em NY não fez o SBT recorrer a outra reprise com mais garantia de audiência. Sua substituta, que já está no ar, é a mexicana Quando me Apaixono, com uma pegada bem mais familiar aos fãs das novelas tradicionais. É importante que a emissora mantenha conteúdo inédito no horário, ainda mais neste momento de pandemia, no qual a TV já está saturada de reprises.

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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