Análise

Caldeirão com Marcos Mion troca choro por diversão e faz público esquecer Luciano Huck

Contratado pela Globo, apresentador devolveu alegria ao brasileiro nas tardes de sábado

Publicado em 04/09/2021

Há quanto tempo o brasileiro não sorria em frente à TV nas tardes de sábado? Neste 4 de setembro, Marcos Mion devolveu a diversão ao dia de descanso da população. Quem assistiu ao Caldeirão pela primeira vez nem imagina que, até uma semana atrás, o programa da Globo era um apanhado de choradeira e “histórias de superação”. Em apenas duas horas, a cria da MTV revolucionou uma atração com duas décadas no ar.

Para falar a verdade, choro teve sim, mas por causa da estreia. Mion mostrou a família no início de seu “Caldeirola” e recebeu elogios de Tiago Leifert no fim do quadro Sobe o Som. O apresentador, em seu primeiro dia de sonho realizado, não conteve as lágrimas. Estas sim, são justificadas, e não aquele festival de olhos marejados inclusive em gincanas, como Quem quer Ser Um Milionário? ou Tem ou Não Tem.

A versão brasileira do Family Feud, aliás, ficou melhor com a presença de famosos e ainda mais divertida com Paulo Vieira, que deu boas-vindas a seu ex-colega de Record com uma imagem de Santa Clara, padroeira da televisão (você soube esse spoiler nesta coluna). “Santo aqui pode”, emendou o comediante, em clara alusão à antiga casa.

Vencedor da competição, o time de Paulo Vieira ainda comemorou com um clássico do “Mionverso”: o “montinho” humano praticado pelo apresentador no Descontrole, da Band. As referências ao passado de Mion seguiram no Sobe o Som, que mistura o Ding Dong (herdado do Domingão do Faustão) com o Covernation (exibido entre 2005 e 2007 pela MTV). E a gincana ainda teve Gretchen, a cereja trash do “Caldeirola”.

Sem sentir o peso da camisa, Mion ganhou de Tiago Leifert a melhor definição de sua estreia na Globo: “Era como se você sempre estivesse com a gente, parece que você está há 30 anos aqui”.

O recém-contratado provou estar completamente à vontade ao zoar o próprio acervo de 56 anos da emissora, na nova versão do quadro “react” que se tornou sua marca registrada na TV. Como no Piores Clipes do Mundo (em que o último bloco era da Pérola Videoclíptica), Isso a Globo Mostra encerrou o Caldeirão. Finalmente, o entretenimento mais barato da MTV chegou à líder de audiência.

Marcos Mion precisou apenas de uma parede verde (chroma key) e do acervo de fitas do canal, que até criou um bastão personalizado com seu símbolo para o apresentador apontar erros e bizarrices da programação global. Em apenas 15 minutos, fomos brindados com análises de Tony Ramos peladão e Ana Maria Braga pedindo Thiago Oliveira em casamento. O Brasil sorri.

Após duas horas de diversão, alegria e gargalhadas, fica a pergunta: o Caldeirão do Huck realmente existiu? Como Marcos Mion ainda não tinha sido contratado pela Globo? A emissora terá coragem de tirar do ar o “Caldeirola” do “Mionzera” em dezembro? A chefia que se cuide, porque a cria da MTV chegou para ficar.

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